Os benefícios de uma delação premiada podem levar o doleiro brasileiro Dario Messer a se entregar para a Justiça do Brasil ao invés da Justiça do Paraguai. Foragido internacionalmente por lavagem de dinheiro, ele pode colocar em risco a liberdade de várias autoridades do país vizinho e inclusive do ex-presidente Horacio Cartes.
No Paraguai, não existe delação premiada e, por isso, Dario Messer não pode obter benefícios caso venha a se entregar no país vizinho, como, por exemplo, uma prisão domiciliar ou uma sentença mais leve pelos crimes de que é acusado.
A delação premiada implica que o “irmão de alma” de Horacio Cartes conte detalhes que possam fazer com que os grandes esquemas formados para lavar dinheiro e entregar milhões em subornos a políticos, fatos descobertos na Operação Lava Jato, que respingou nos ex-presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Messer está sendo processado por lavagem de dinheiro no Brasil e no Paraguai e tem um mandado de prisão internacional expedido desde 3 de maio do ano passado. Estima-se que desde os anos 1980 ele teria movimentado mais de US$ 1,6 bilhão no Brasil. No Paraguai, o montante seria superior a US$ 100 milhões, dinheiro movimentado pelas empresas Chai, Matrix Realty, Pegasus e Gramonte. O primo da Cartes, Juan Pablo Jiménez Viveros, fazia parte das empresas.
Devido a suas importantes ligações com o ex-presidente paraguaio Horacio Cartes, acredita que a delação premiada de Messer poderia afetá-lo e a outros políticos paraguaios.