Do “xilindró” para o hospital e agora pra casa! Cezário usará tornozeleira quando ir pra casa

O presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, que está preso desde o dia 21 de maio por suspeita de compor organização que desviou mais de R$ 6 milhões da entidade entre 2018 e fevereiro de 2023, sofreu na noite de ontem (5) um princípio de infarto e foi levado às pressas para o Hospital da Cassems.

Hoje pela manhã  obteve liberdade.  A desembargadora Elizabete Anache, do TJ-MS (Tribunal de Justiça), determinou a substituição da preventiva por medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, proibição de contato com acusados e testemunhas, proibição de ausência da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juiz, proibição de mudança de endereço sem a prévia comunicação, proibição de comparecer à sede da FFMS e suspensão de qualquer função na federação de futebol.

Conforme o advogado de defesa, André Borges, a irmã de Cezário, Maria Rosa Cezário, 80 anos, faleceu na manhã de ontem devido a um acidente vascular cerebral (AVC). O ex-mandatário do futebol estadual era quem cuidava da irmã e, segundo Borges, Cezário ficou abalado. “Estamos fazendo o possível para amenizar a dor e garantir a saúde do cliente”, disse o advogado.

A Justiça negou, pela segunda vez, o pedido de liberdade do presidente afastado da FFMS. Ele foi preso no último dia 21 de maio, durante a Operação Cartão Vermelho. Outras seis pessoas são acusadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de desvio de mais de R$ 6 milhões da FFMS.

Os recursos eram provenientes de repasses do Governo do Estado e da CBF (Confederação de Futebol). Grupo de Cezário desviou mais de R$ 6 milhões. De acordo com informações do Gaeco, o grupo liderado por Francisco Cezário realizava pequenos saques de até R$ 5 mil para não chamar atenção dos órgãos de controle.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram identificados desvios que superaram os R$ 6 milhões. Somente durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos mais de R$ 800 mil, inclusive em notas de dólar. Revólver e munições também foram apreendidos.

Os valores eram distribuídos entre os integrantes da organização criminosa. O esquema se estendia também a outras empresas que recebiam altas quantias da federação. Assim, parte dos valores era devolvida ‘por fora’ ao grupo.

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) emitiu, no dia 29 de maio, ofício destinado ao TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul) em que reitera o nome do ex-presidente do Operário, Estevão Petrallas, como presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).