Com avanço da varíola dos macacos, MS terá boletim semanal sobre doença

A SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que, com a confirmação de cinco casos de monkeypox ou varíola dos macacos em Campo Grande, a partir deste mês de agosto vai implementar a divulgação de um boletim semanal sobre a doença.

O objetivo é levar informação à população, da mesma forma que foi feito com outras doenças, como a Covid-19 e a dengue. No entanto, a SES acrescentou que não é uma questão de alarde, embora seja um assunto de preocupação, mas para que todos sejam corretamente avisados para que não haja informações desencontradas;

Na última quinta-feira (29), a SES divulgou a confirmação de mais 4 casos que estavam em investigação, elevando o total de casos positivos para 5 no Estado. Os pacientes foram acompanhados enquanto aguardavam os resultados, estavam em isolamento domiciliar e encontram-se atualmente com as lesões cicatrizadas, sem risco de transmissão

Apesar da declaração de emergência mundial pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e a confirmação do primeiro óbito em decorrência de monkeypox no País, a SES destaca que a situação no Estado é controlada, uma vez que os 12 casos notificados – dos quais 5 foram confirmados, 3 descartados e 4 seguem investigados – são “importados”, ou seja, de pacientes que estiveram em outros Estados, não havendo, ainda, indícios de transmissão comunitária.

A SES alerta que a monkeypox não é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), muito embora o contato sexual aumente consideravelmente as chances de contaminação. Não é uma doença restrita aos HSH (homens que fazem sexo com homens), qualquer pessoal que se exponha às formas de contágio pode contrair e há casos confirmados no Brasil de pessoas de outros grupos, inclusive crianças.

A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresenta pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.

Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença. Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas.

Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus. Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.

A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis, já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

A organização trabalha na verificação dos estoques atuais de vacina da varíola para ver se precisam ser atualizados. A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.