Cobra celebridade morta na crueldade passa por nova perícia e deve ser “empalhada”

Os policiais militares ambientais que se deslocaram até Bonito (MS), principal destino do ecoturismo do Brasil, para averiguar a verdadeira causa da morte da sucuri Ana Júlia, cujos restos mortais foram encontrados às margens do Rio Formoso.

A princípio, as pessoas que encontraram a sucuri, que ficou famosa no mundo inteiro pelo tamanho e até ganhou um nome, disseram que ela teria sido morta a tiros, porém, os policiais militares ambientais não encontraram perfurações ou indícios de que a cobra tenha sido morta por arma de fogo.

Conforme o delegado titular da Polícia Civil de Bonito, Pedro Ramalho, ele e uma equipe de peritos irão periciar a sucuri para verificar o que de fato ocorreu. “Se for comprovado que a morte foi provocada pelo ser humano, essa pessoa irá responder por crime contra a fauna”, explica.

O comandante da PMA (Polícia Militar Ambiental), coronel PM José Carlos Rodrigues, explica que, se comprovado o crime contra a sucuri, o responsável poderá responder por crime ambiental, que tem pena de detenção que varia de 6 meses a um ano, além de ser multado no valor que pode chegar R$ 500 mil. “Além de responder criminalmente, o autor será autuado administrativamente”, destaca o militar.

Rodrigues revelou ainda que, após ser periciada, a sucuri será trazida para Campo Grande, onde passará por um processo de embalsamamento, metodologia que preserva a aparência e características do animal. “Posteriormente ela integrará o acervo de animais taxidermizados da Polícia Militar Ambiental e fará parte das exposições que nós realizamos”, garante.

Ela será trazida para a Caipital onde será “empalhada”.

*Popularmente conhecida como empalhamento, já que por mais de meio século a palha foi o enchimento usado nos corpos, a metodologia consiste na retirada da pele do animal que, depois de devidamente tratada, reveste um manequim de poliuretano, uma espécie de espuma que preenche os espaços.