Cidades da faixa de fronteira com Paraguai têm alta incidência de feminicídio

Os municípios de Mato Grosso do Sul localizados na faixa de fronteira com o Paraguai registraram neste ano um alto índice de violência doméstica, com quatro em cada 10 feminicídios ocorrendo na região.

Na quarta-feira (27), Vanderli Gonçalves dos Santos, de 48 anos, foi morta com um tiro na cabeça, na Aldeia Jaguapiru, território indígena de Dourados, tornando-se a 31ª vítima deste tipo de crime no Estado desde janeiro último e a 5ª morte apenas neste mês. O principal suspeito é seu próprio marido, Jonemar de Ramos Machado, de 47 anos, que já foi preso.

De acordo com um levantamento realizado pelo jornal Correio do Estado com base nos dados disponibilizados pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), este é o segundo feminicídio do ano na cidade douradense, 13º em municípios situados na fronteira.

Outros dois feminicídios foram registrados em Ponta Porã, além de mortes confirmadas em Amambai, Antônio João, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaporã, Naviraí, Nioaque, Sidrolândia e Tacuru. Ao longo do ano, também foram registrados crimes de feminicídio em Batayporã, Coxim, Ivinhema, São Gabriel do Oeste (2), Três Lagoas (4) e Campo Grande (9), município que lidera as estatísticas.

A morte de Vanderli Gonçalves dos Santos eleva o índice deste tipo de crime em comparação a 2023, ano com 30 mortes. Entre as características que cercaram as 31 mortes deste ano, 11 foram marcadas por golpes de faca, 10 que envolveram ataque pessoal direto (4 por asfixia, 3 por agressões, 2 por espancamentos, e 1 por estrangulamento) e 9 provocadas por arma de fogo, além de uma morte por atropelamento.

Segundo a Sejusp, 19 vítimas foram mulheres adultas, com idade entre 30 e 59 anos; oito mortes foram de mulheres jovens, com idade entre 18 e 29 anos; três vítimas com idade acima de 60 anos, além de uma adolescente.