Marco Aurélio Horta, chefe de gabinete do deputado estadual Roberto Razuk Filho (Neno Razuk – PL), pediu exoneração da Assembleia Legislativa após ser preso por corrupção passiva e ativa, além de integrar uma organização criminosa.
A oficialização da exoneração deve ocorrer nos próximos dias, com efeito retroativo a 1º de dezembro, conforme informou o presidente da Alems, Gerson Claro (PP). Horta foi alvo da 4ª fase da Operação Successione, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado).
Na data da prisão, 25 de novembro, Horta estava em licença médica após uma cirurgia. Ele foi localizado pela polícia e levado ao Cepol (Centro Especializado de Polícia). A operação cumpriu 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, com três pessoas ainda não localizadas.
Conhecido como “Marquinho”, Marco Aurélio está preso preventivamente por tempo indeterminado, acusado de corrupção. O presidente da Alems, Gerson Claro, afirmou que não há ligação entre o trabalho de Horta na Assembleia e as atividades criminosas investigadas, que envolvem jogos de azar.
“A investigação não se trata da Casa. Não havia como o assessor continuar aqui. Ele pediu a exoneração e isso já está resolvido. O máximo que podemos fazer é exonerá-lo, pois não temos capacidade punitiva além disso”, declarou.
Claro explicou que a Assembleia não poderia ter tomado a iniciativa de desligar Horta sem conhecer os autos do processo, baseando-se apenas em informações da imprensa. “A presidência e a Mesa Diretora têm responsabilidades e devem agir de acordo com a Constituição, garantindo o direito de defesa e manifestação”, ressaltou.
Ontem (3), foi a primeira vez que Neno Razuk compareceu presencialmente desde o início da nova fase da Operação Successione. Embora não tenha sido alvo das investigações, seu pai, Roberto Razuk, e dois irmãos foram presos. O pai, de 84 anos, conseguiu posteriormente a prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
O advogado de Marco Aurélio Horta, Alessandro Farias Rospide, defendeu a inocência de seu cliente, negando qualquer envolvimento com a exploração do jogo do bicho. Ele afirmou que Horta se colocou à disposição do Gaeco desde o início da operação e tem colaborado com as investigações, solicitando diligências para esclarecer os fatos.
A defesa também alegou que Horta nunca cedeu contas bancárias a terceiros e que todas as movimentações eram pessoais ou relacionadas ao gabinete parlamentar, aguardando a conclusão das apurações e classificando as acusações como caluniosas, defendendo a presunção de inocência.
