Câmara de Dourados afasta por 90 dias vereador que agrediu a própria noiva

A Câmara de Vereadores de Dourados decidiu, na noite de ontem (13), por 90 dias, o edil Diogo Castilho (DEM), que tinha sido preso no dia 4 de setembro após agredir a própria noiva. Por 18 votos favoráveis de um total de 19, já que o agressor não poderia votar, a Casa de Leis Câmara de Dourados optou por manter longe o agressor e vai convocar o 1º suplente do DEM, o empresário Edson Souza, que teve 979 votos na eleição do ano passado.

Além disso, conforme o site Campo Grande News, na mesma sessão também foi recebida, por 17 votos, a denúncia que pede a cassação do mandato dele por quebra de decoro. A comissão processante formada pelos vereadores é composta por Lia Nogueira (PP), presidente, Creusimar Barbosa (DEM), relator, e Daniel Júnior (Patriota), membro.

Diogo Castilho, que é médico, foi preso em flagrante por violência doméstica após agredir fisicamente e ameaçar de morte a então noiva, de 27 anos de idade. Ele passou uma semana na prisão e saiu no sábado (11). A representação pedindo o afastamento e a abertura de processo de cassação foi apresentada no dia 8 pelo advogado Daniel Ribas da Cunha.

Durante a leitura da denúncia em plenário, Diogo Castilho, que participou de forma remota, gritou “pela ordem” e apontou que estava sendo vítima de pré-julgamento e tendo sua honra ofendida pelo fato de a Mesa Diretora expor detalhes do boletim de ocorrência que está em sigilo, segundo ele. No entanto, o presidente da Câmara de Vereadores de Dourados, Laudir Munaretto (MDB), negou o pedido de suspensão e determinou ao 1º secretário Juscelino Cabral (DEM) que continuasse a leitura da denúncia na íntegra, como determina o Regimento Interno.

No requerimento, Daniel Ribas apontou mais uma conduta criminosa do vereador Diogo Castilho. “Além de estar envolvido na polêmica do desrespeito ao ‘toque de recolher’, o que configura crime, além de estar envolvido na polêmica do ‘fura fila’ em procedimento médico, o que também configura crime, fomos surpreendidos com a prisão em flagrante do vereador, desta vez, por crimes de ameaça, injúria e vias de fato, no âmbito da violência doméstica, contra a sua convivente”, descreveu o documento lido em plenário.

O advogado ainda pontuou que “o vereador Diogo Castilho tentou manipular a vítima e, com isso, manipular todo o sistema de proteção às mulheres”, ao pedir que ela não o denunciasse aos policiais que foram até sua casa no dia 4 deste mês. Diogo ficou preso por uma semana. Na sexta-feira (10), o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), concedeu liberdade provisória, mas ele terá de comparecer a todos os atos processuais, não poderá se ausentar da comarca sem prévia autorização e terá de manter distanciamento mínimo da ex-noiva de pelo menos 200 metros.