O senador Márcio Bittar (PL-AC) passou por um momento constrangedor na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ao comparar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro com o golpe militar de 1964, Bittar foi duramente criticado pelo colega Otto Alencar (PSD-BA).
Bittar tentou relativizar os atos de 8 de janeiro, afirmando que “pessoas inocentes estão pagando por um crime que não cometeram”, e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal. No entanto, Otto Alencar não economizou palavras e desmontou as narrativas de Bittar, lembrando torturas, mortes e exílios ocorridos durante o regime militar.
“Vossa Excelência fala sobre o golpe de 64 porque não viveu isso. Leu sobre o tema de forma simplória. Não sabe o que ocorreu”, disse Alencar. Ele enfatizou que os atos de 8 de janeiro foram violentos e tinham o objetivo de derrubar a democracia.
Palanque
Ao tentar transformar a audiência em palanque de defesa dos condenados pelos ataques às instituições e atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, Bittar foi duramente enquadrado pelo presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA).
Em longo discurso, o acreano voltou a relativizar os atos de 8 de janeiro, afirmando que “pessoas inocentes estão pagando por um crime que não cometeram”, atacando ministros do Supremo Tribunal Federal, insinuando pressões indevidas e comparando condenados por tentativa de ruptura democrática a perseguidos políticos da ditadura militar.
Segundo ele, o Congresso deveria estar votando uma “anistia geral” em vez de discutir penas.
Incomodado com a fala de Bittar, Otto Alencar não economizou palavras. Em tom firme, contundente e carregado pela autoridade de quem viveu o período da ditadura militar, o senador baiano desmontou cada uma das narrativas apresentadas pelo colega.
“Vossa Excelência fala sobre o golpe de 64 porque não viveu isso. Leu sobre o tema de forma simplória. Não sabe o que ocorreu”, disse Alencar.
Otto relembrou torturas, mortes, cassações e exílios ocorridos durante o regime militar, “fatos históricos que não se comparam, em absolutamente nada, aos atos violentos de 8 de janeiro, cujo objetivo declarado era derrubar a democracia”.
Mudança ideológica
Bolsonarista dos mais radicais, Márcio Bittar militou no extinto Partido Comunista Brasileiro (PCB) quando morava em Campo Grande e participava de movimentos estudantis, época na qual assumiu a presidência da extinta União Campo-grandense de Estudantes (UCE), entre os anos de 1981 e 1983.
Na ocasião, ele tinha outra visão sobre a ditadura militar, que acabaria apenas em 1985, ano em que atuou como representante dos estudantes no Comitê das Diretas Já e integrou o Núcleo pela Legalização dos Partidos de Esquerda.
Hoje, se opõe ao socialismo e usa seu passado esquerdista para “argumentar” que conhece as ideias de esquerda por dentro, defendendo posições conservadoras.
Militante infiel
Pouco afeito à fidelidade partidária, no curto período de 26 anos de sua vida pública, Márcio Bittar já passou por diversos partidos. Saiba quais as legendas em que militou, segundo dados da Wikipédia:
• PPS (1999 – 2009)
• PSDB (2009 – 2017)
• MDB (2017 – 2021)
• PSL (2021 – 2022)
• UNIÃO (2022 – 2025)
• PL (2025)
Márcio Bittar é conhecido por suas mudanças ideológicas e partidárias. Ele militou no extinto Partido Comunista Brasileiro (PCB) e presidiu a União Campo-grandense de Estudantes (UCE) nos anos 80 quando morou na Capital com sua família. Hoje, ele defende posições conservadoras e é bolsonarista. Com infos VoxMS
