Uma nova versão sobre a queda de um avião de pequeno porte que caiu no Pantanal Sul-mato-grossense na última terça-feira (23) matando seus quatro ocupantes é cogitada pela Polícia Civil que investigado o sinistro. Ele teria colidido com a copa de uma árvore na tentativa de aterrissagem a cerca de 20 metros de altura e a 300 metros da pista.
Um galho de árvore encontrado preso na fuselagem da aeronave e o depoimento de uma testemunha ajuda a esclarecer o acidente.
A informação foi confirmada pela titular do Departamento de Repressão à Corrupção, ao Crime Organizado e às Ações Criminosas Organizadas (Dracco) – Polícia Civil de MS, delegada Ana Cláudia Medina, ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (28).
De acordo com a delegada, a aeronave chegou a arremeter, deu uma volta e fazia a segunda tentativa de pouso, quando chocou contra a árvore.
O avião tentou aterrissar a primeira vez às 18h03, fora do horário de operação da pista. Vale ressaltar que o sol se pôs às 17h39min naquele dia, ou seja, quando o avião arremeteu, estava escuro e não havia visibilidade.
“Nós adentramos na mata e vimos outros galhos que haviam caído e essa árvore quebrada, o que nos deu exatamente a dinâmica para chegarmos à causa do acidente. Imagens captadas nos deram o real cenário de como foi o pouso da aeronave, como se deu a arremetida e o acidente. Por estar abastecida, a aeronave acabou incendiando e levando a óbito todos os ocupantes”, explicou a delegada.
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e Dracco estiveram em Aquidauana (MS), na última semana, para investigar as circunstâncias do acidente.
As vítimas são:
Marcelo Pereira de Barros, piloto e dono do avião, conhecido popularmente como “Marcelo Pantaneiro” em Aquidauana
Kongjian Yu – um dos arquitetos e urbanistas mais renomados e conhecidos do mundo, além de um dos nomes mais respeitados da arquitetura paisagística mundial
Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, renomado cineasta e documentarista brasileiro, já dirigiu diversas séries e documentários, como o da tragédia da Chapecoense em 2016
Rubens Crispim Junior, diretor e fotógrafo
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião Cessna, prefixo PT-BAN, fabricado em 1958, tinha diversas irregularidades:
Não estava habilitado para fazer o serviço de táxi aéreo e nem voo noturno
Foi apreendido pela polícia em 2019, em virtude do mau uso de transporte remunerado de passageiros de forma clandestina
Possuía manutenção irregular
A novela “Pantanal”, da Rede Globo, foi gravada no local do acidente