Pelo tempo de prisão e pelo diagnóstico médico que apontou com “doença mental”, Adélio Bispo, sem a intervenção da sentença, poderia conquistar a liberdade. Porém, o magistrado, que conduz o processo criminal contra ele pela tentativa de assassinato, entendeu que seja melhor pela continuidade da prisão e já destinou a decisão ao juiz corregedor da penitenciária federal de Campo Grande, que examina a questão antes de validar o despacho mineiro.
A sentença de Adélio Bispo foi assinada pelo juiz federal Bruno Savino em junho de 2019. Na ocasião, em razão da constatação de que o agressor de Bolsonaro tem uma doença mental, o magistrado aplicou ao caso a figura jurídica da “absolvição imprópria”, pela qual um réu não pode ser condenado.
A pena, então, foi convertida em internação. À época, o juiz ordenou que Adélio Bispo ficasse em uma prisão federal porque, no sistema prisional comum, ele correria risco de morte. De acordo com a decisão, três anos após a sentença, uma nova perícia deveria ser realizada para averiguar se ele seguia representando um risco para a sociedade — havia, portanto, a possibilidade de ele ser colocado em liberdade imediatamente.
Tanto o MPF (Ministério Público Federal), quanto o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), vinculado ao Ministério da Justiça e responsável pela penitenciária de Campo Grande, se manifestaram a favor de que Adélio Bispo seguisse internado em uma prisão federal. Os dois pareceres foram levados em consideração na decisão de Bruno Savino.