A recente queda da família Razuk revela a crescente influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) no jogo do bicho em Mato Grosso do Sul.
Conhecida como MTS, a organização criminosa busca consolidar seu domínio em Campo Grande, aproveitando-se da fragilidade da família Razuk, que enfrenta investigações e foi alvo da quarta fase da Operação Successione.
As investigações indicam que, após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho, em 2019, o controle do jogo do bicho precisava ser transferido para outro grupo.
A família Name, então, realizou uma “passagem de bastão” para a MTS, conforme confirmado pela Polícia Civil. Apesar dessa transição, a família Razuk tentou resistir à ascensão do novo grupo, mas acabou se tornando alvo da Justiça após ações violentas.
A transição do poder no jogo do bicho foi facilitada pelo contraventor Fahd Jamil, que atuou como avalista do negócio. Ele, que já havia sido preso por envolvimento com organizações criminosas, ajudou a MTS a estabelecer seu domínio, contratando todos os 26 recolhedores que pertenciam à família Name, com um pagamento mensal de R$ 4 mil.
Com um faturamento mensal estimado em R$ 5,4 milhões, a MTS, liderada por Henrique Abraão Gonçalves da Silva, conhecido como Rico, e Leonardo Alexsander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho de Marcola, intensificou sua atuação no mercado do jogo do bicho.
A Polícia Federal investiga a conexão de Rico com a Fourbet, uma empresa de apostas esportivas, e sua prisão em agosto de 2022 por suspeitas de envolvimento com o PCC.
A rivalidade entre a MTS e a família Razuk culminou em confrontos armados em outubro de 2023, chamando a atenção das autoridades. Os conflitos evidenciaram a organização e a violência empregadas pelas duas facções, levando à abertura de investigações que resultaram na Operação Successione.
A quarta fase da operação mirou familiares e aliados do deputado Neno Razuk, resultando em 20 prisões e diversas apreensões, incluindo mais de R$ 300 mil e armas. A expansão da organização criminosa dos Razuk para Goiás também motivou a ação das autoridades.
Com o cenário em constante mudança, a disputa pelo controle do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul continua, refletindo a complexa dinâmica entre facções criminosas e a luta pelo poder no estado.
