Advogada de MS que atende o PCC recebeu mais de R$ 100 mil da facção criminosa. Vai vendo!

 A advogada Paula Tatiane Monezzi, 38 anos, a “Tata”, era uma dos principais vínculo entre Rafael da Silva Lemos, o “Gazela” ou “Patrão”, e demais integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), para o tráfico de armas e drogas em Mato Grosso do Sul e outros dois estados.

Segundo o site Campo Grande News, enquanto o líder comandava as ações de dentro da cadeia, Tata repassava os recados dele aos outros, atuando como “gravata do PCC” – nome dado pelos criminosos aos advogados que prestam serviços à facção.

A advogada recebeu mais de R$ 100 mil do grupo, sendo que ela e outros dois advogados, Cybelle Bezerra da Silva e Lucas Eric Ramires dos Santos, além de policiais militares e servidores públicos, faziam parte do esquema de tráfico e lavagem de dinheiro, de acordo com levantamento do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Tata já foi alvo de operação anterior e teve registro suspenso pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul). Investigação aponta que ela auxiliava Gazela e, para isso, utilizava a própria conta bancária e a do namorado, Luís Paulo Valter, que recebiam o dinheiro vindo do tráfico – na Last Cat ele foi alvo de mandado de busca e apreensão. Também levantava informações sigilosas para o líder.

Um exemplo citado no processo foi a prisão de um dos integrantes, Jaderson Max Teixeira Brandão, flagrado com 1,5 tonelada de maconha pertencente a Rafael. Ao tomar conhecimento da prisão de Jaderson, Patrão entrou em contato com Paula para que ela tomasse providências. O objetivo era verificar se havia risco de os endereços onde a droga estava armazenada serem descobertos pela polícia.

Para isso, Tata precisava descobrir o que Jaderson Max havia dito para a polícia. Então, a advogada pagou ao policial militar Thiago Souza Martins para que obtivesse informações privilegiadas. Depois, repassou as informações a Rafael.

Em outro caso, quem desempenhou o mesmo papel foi a advogada Cybelle Bezerra, de acordo com a investigação. Após a prisão de outro integrante e “gerente” da quadrilha, Ítalo Eufrásio Lemos, ou “Itim”, Cybelle o visitou com objetivo de orientá-lo sobre o que dizer para a polícia e não comprometer a quadrilha. Lucas Eric foi contratado e exerceu a mesma função, repassar recados de Rafael.