A secretária municipal de Fazenda de Campo Grande, Márcia Helena Okama, que está de atestado médico desde 25 de novembro, participou da 11ª edição da prova de 21 km em Bonito, realizada no último fim de semana. A informação foi confirmada após a divulgação de fotos da corrida, onde ela completou a prova de 10 km em 1h11min, ficando na 23ª colocação geral entre as competidoras na faixa etária de 50 a 59 anos.
Conforme publicado no Diário Oficial de Campo Grande, Márcia está ausente do cargo desde o final de novembro, com o secretário-adjunto Isac José de Araújo assumindo interinamente suas funções. A licença da secretária está prevista para terminar nesta terça-feira (9).
Fontes indicam que Márcia Okama pode não retornar ao cargo. Em sua última aparição pública, em 19 de novembro, ela mencionou que os servidores devem receber o 13º salário até o dia 20 deste mês. Na ocasião, a secretária destacou que a prefeitura implementou diversas medidas para reduzir gastos, visando uma economia de R$ 140 milhões com a reforma administrativa e cortes de despesas.
A administração municipal enfrenta uma crise financeira, levando a prefeita a reduzir seu próprio salário em 20% e a diminuir a jornada de trabalho para seis horas diárias por um período de 120 dias. Apesar de a prefeita, Adriane Lopes, garantir que o 13º dos servidores será pago em dia, a secretária da Fazenda explicou que a intenção é levantar os recursos necessários para cumprir essa promessa.
“A garantia é de que até o dia 20 de dezembro eles deverão ser pagos. Temos a expectativa de arrecadar o necessário e efetuar o pagamento a todos os servidores”, afirmou Márcia Okama.
Os servidores estão em um impasse devido às medidas adotadas pela prefeitura para cortar gastos. Desde janeiro, foram publicadas diretrizes que suspenderam novas contratações, pagamentos de gratificações e diárias, além de limitar a carga horária dos professores. Também foram realizadas revisões de contratos, com a redução do consumo de energia, água e combustíveis.
No final do ano passado, a prefeita sancionou um projeto de lei que reestruturou a administração municipal, afetando as atribuições das secretarias, com algumas sendo extintas e outras readequadas. A expectativa era de que essa reforma resultasse em uma economia de 30% nos gastos públicos.
Em março, um novo decreto foi publicado com medidas para o equilíbrio fiscal, incluindo a suspensão de contratações e a proibição de ampliação da carga horária dos professores, exceto em casos de afastamento. As decisões foram prorrogadas em junho e setembro, com a meta de reduzir pelo menos 25% dos gastos.
Até julho, a prefeitura já havia economizado cerca de R$ 20 milhões em despesas com pessoal, imóveis alugados e outros custos operacionais. A estrutura municipal foi enxugada em aproximadamente 30%, modernizando o organograma sem comprometer a prestação de serviços à população.
Segundo o último relatório bimestral, as despesas com folha de pagamento alcançaram 57,73% do orçamento, totalizando R$ 3,022 bilhões nos últimos 12 meses, superando o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

