Após ataque de passageiro, sindicato ameaça parar rodoviária de Campo Grande

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Campo Grande, William Alves da Silva, comunicou ontem (12) que o Terminal Rodoviário da Capital terá os serviços de emissão de passagens e de transporte de passageiros serão suspensos a partir de amanhã (14) devido à falta de segurança para quem trabalha no local.

O alerta acontece dias após um episódio registrado na manhã de segunda-feira (11), quando um passageiro quebrou o vidro de um guichê no terminal ao exigir o reembolso de uma passagem da Viação Andorinha. Conforme testemunhas, ele chegou exaltado por volta das 7h40, agredindo verbalmente os atendentes.

De acordo com William Alves, a situações como essa são frequentes e colocam em risco a integridade física dos trabalhadores. “Há passageiros bravos que vão para cima dos atendentes e não há segurança, nem policiamento para atender”, afirmou.

Ele também citou a presença constante de “andarilhos” como fator que aumenta a sensação de insegurança. O sindicalista relatou ainda que o problema se arrasta há anos, sem resposta efetiva do poder público ou da administração do terminal.

“Procuramos a Prefeitura Municipal e eles dizem que não é com eles. Procuramos a Socicam, dizem que não é com eles. O Governo do Estado também diz que não é com eles”, revelou.

Outro ponto levantado pelo sindicato é a falta de fiscalização no local. Motoristas de aplicativos e transportes clandestinos abordam passageiros oferecendo viagens, o que, segundo a entidade, reduz a demanda pelo transporte rodoviário regular e já resultou em demissões nas empresas.

“Falta segurança particular, falta policiamento, falta guarda municipal, falta fiscalização”, resumiu. Em nota, a Socicam, concessionária responsável pela rodoviária, informou que há um posto da Guarda Civil Metropolitana junto aos guichês e que o local é incluído como ponto estratégico para rondas.

A empresa afirma também manter um Centro de Controle Operacional com câmeras monitoradas e diálogo constante com órgãos do município para reforçar a segurança e o conforto dos usuários. Segundo a concessionária, não há conhecimento oficial sobre a paralisação.