Policiais civis do Garras (Grupo Especializado de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), mas só conseguiu localizar a mala usada pelos ladrões que invadiram o apartamento do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em Campo Grande (MS), e levaram várias joias.
A Operação Gold Digger – garimpeiro, em inglês –, contudo, conseguiu confirmar a identificação dos compradores das joias, José Carlos Dona, de 61 anos, e Roberto Carlos Alves Borges, 66 anos, e indiciá-los por receptação e associação criminosa.
Conforme divulgado pela Polícia Civil, após a prisão de suspeitos de fazer parte de quadrilha especializada na invasão a apartamentos de luxo, foi possível chegar aos suspeitos de receptação.
Em depoimento, Davi Morais Saldana, de 24 anos, um dos ladrões confessos, revelou quem eram os receptadores com quem fez contato, dois homens, segundo o interrogado, indicados por detento do Rio de Janeiro, cujo apelido é “Bully”, que foi o mentor do plano para invadir apartamento do ex-governador.
Em nota, o Garras revelou que “elementos que apontavam para a existência de uma associação criminosa sediada no Estado de São Paulo, que era especializada em enviar seus integrantes para outros estados, incluindo Mato Grosso do Sul, para praticarem furtos a apartamentos, com o objetivo precípuo de subtrair joias e metais preciosos”.
Ainda conforme a nota, “de acordo com a linha investigativa, esta associação já contava com integrantes determinados que, imediatamente quando os autores do furto retornassem para São Paulo, seriam responsáveis por adquirir as joias e itens preciosos, para derretimento e pulverização, visando a rápida obtenção do lucro pelo crime e dificultando, tanto a recuperação dos pertences da vítima”.
Com autorização judicial, os policiais civis vasculharam dois endereços residenciais e três comerciais em São Paulo. “Durante as buscas, foram encontradas diversas joias, semijoias e itens preciosos, sem comprovação de idoneidade a respeito da procedência, indicando a alta probabilidade de origem ilícita, considerando a necessária documentação para comercialização regular destes objetos”.
Além disso, em uma das casas, estava a mala que foi subtraída do apartamento do ex-governador. Foi encontrado ainda um colete de motociclista, com a identificação do grupo Gaviões da Fiel, “um dos elementos que permitiram a identificação de um dos integrantes da organização responsável pela receptação dos objetos furtados em Campo Grande, tendo em vista que se tratava de um ex-vice-presidente do grupo”.
De acordo com o Garras, um dos apartamentos vistorias era usado “única e exclusivamente para o rápido derretimento do ouro de origem ilícita”. Estava completamente vazio, mas equipado com materiais para a fundição clandestina.