O MPE (Ministério Público Estadual) alertou que se for atendido o pedido de transferência de Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para um presídio comum em Mato Grosso do Sul a cidade de Campo Grande (MS) vai virá uma “praça de guerra”.
O pedido está sendo analisado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Segundo o MPE, Jamilzinho ainda representa perigo, pois poderia reassumir os negócios escusos “nas áreas de atuação de seu pai”.
Entre os argumentos usados pelo MPE está manifestação através de ofícios de delegados da força-tarefa da Operação Omertà, que prendeu Jamilzinho e outros envolvidos na organização criminosa, estão “intranquilos” com a possibilidade dele ser transferido para presídio estadual.
Caso se determine essa transferência, tal ato “tem evidente potencial de facilitar que ele ordene a prática de crimes graves em MS, especialmente atentados às vidas de autoridades públicas ligadas às investigações da Operação Omertà, que resultaram em sua prisão, e diversas condenações criminais em seu desfavor”.
O mesmo ofício enumera que o sistema estadual de prisões é frágil. “(…) há uso de aparelhos de telefone celulares por meio dos quais internos coordenam “as mais variadas espécies de empreitadas criminosas”, ressaltando a deficiência no Sistema Penitenciário Estadual”, cita o MPE.
O promotor de Justiça Marcos Fernandes Sisti, da 4ª Procuradoria de Justiça Criminal, ainda ressalta que Jamilzinho já está condenado pelos crimes de liderar organização criminosa armada; ser proprietário de arsenal bélico; extorsão qualificada; e como autor intelectual do homicídio duplamente qualificado de Matheus Coutinho Xavier, “cujas penas somadas excedem 45 anos de reclusão”.
O poder financeiro de Name e seu conhecimento político também é lembrado pelo promotor, enfatizando que a organização criminosa que ele comanda possui em seu quadro diversos agentes ligados às Polícias Militar, Civil, Federal e Guarda Municipal e “é dotada de altíssimo poder econômico e bélico, bem como é notória e consolidada influência política no Estado de MS, que é voltado à execução de assassinatos de pessoas de interesse do Agravado”.
A própria direção do Presídio Federal de Mossoró se manifestou pela permanência do preso em regime de RDD. “No presente caso, a Diretoria do Sistema Penitenciário Federal entende que o referido preso ainda possui relevante potencial de desestabilizar o Sistema Penitenciário Estadual, por isto, é desfavorável ao retorno do nominado ao estado de origem, uma vez que subsistem os motivos ensejadores da inclusão”. Com informações do site Campo Grande News