Números do GAAT (Grupo de Análise de Sinistros de Trânsito), da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), apontam que motociclistas já representam 67% dos acidentes com mortes no trânsito em Campo Grande no período de janeiro a novembro neste ano.
Do total de 72 mortes no trânsito da Capital, 48 foram de motociclistas, 12 pedestres, cinco ciclistas, quatro passageiros de veículos e um em que a condição da vítima não foi identificada. Destes, 41 receberam atendimento no local e 31 foram levados para a Santa Casa de Campo Grande.
Na avaliação do Sinpronomes (Sindicato dos Trabalhadores de Motocicletas de Duas ou Três Rodas de Mato Grosso do Sul), os entregadores de aplicativos são as maiores vítimas, pois recebem avaliações pelo tempo que levam para entregar o pedido e são penalizados ao não estabelecer um padrão razoável.
Portanto, para atender os limites de tempo estabelecidos pelos contratantes, os motociclistas precisam transitar em alta velocidade, aumentando o risco de acidentes fatais. Além disso, o Sindicato ainda reforça que os trabalhadores em situação informal vivem uma rotina altamente estressante, já que não têm vínculo empregatício formal com as plataformas para as quais trabalham e, em casos de acidentes, eles não são assegurados pelas empresas.
A Gerência de Educação para o Trânsito da Agetran pontua que os motociclistas são os envolvidos mais vulneráveis no trânsito por ter a mesma fragilidade de pedestres e ciclistas, mas com a velocidade associada ao veículo. Eles vão de encontro ao muro ou ao obstáculo, ficando, na maioria das vezes, gravemente feridos ou mortos.
Para o órgão de trânsito, a questão é coletiva, pois não tem como apenas o motociclista fazer sua parte se todos que estão envolvidos não fizerem. É preciso de um comportamento adequado no trânsito, tanto os motociclistas, quanto os pedestres, ciclistas e motoristas de veículos maiores.