Vitorino Sanches era uma das lideranças na ocupação da terra chamada pela comunidade de Guapoy, onde meses atrás Vito Fernandes, de 42 anos, foi morto em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar. Ele era produtor rural e proprietário de um mercadinho na Terra Indígena Amambai, sendo que foi morto quando estava na Rua General Câmara e chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, sendo levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a esposa da vítima, ela e ele saíram do escritório de advocacia, quando dois homens chegaram em uma motocicleta, de cor preta, e o garupa desceu e deu cinco tiros nas costas do marido, que caiu no chão. A mulher disse aos policiais civis que reconheceu o assassino do marido como um homem identificado apenas como “Paraguai”.
A Polícia Civil investiga se Vitorino Sanches estava tendo um caso extraconjugal com a esposa do suposto autor. Vídeos e mensagens enviadas ao celular de “Paraguai”, o suposto pistoleiro, levantaram essa hipótese. O caso segue em investigação.
No início do mês de agosto, a vítima ficou ferida com dois tiros no braço esquerdo quando chegava na aldeia em sua caminhonete, uma Toyota Hilux, por volta de 11h. Pelo menos 15 tiros atingiram o veículo. Testemunhas afirmam que os atiradores estavam em uma moto Honda Biz vermelha. Depois de ser socorrido, Vitorino Sanches teve alta no dia seguinte.
À época, a Polícia Federal informou que acompanhava os fatos, mas que a investigação estava a cargo da Polícia Civil. Por meio da assessoria de imprensa, a Superintendência da PF em Mato Grosso do Sul comunicou que os indícios apontavam para crime comum e não contra a comunidade indígena.
Segundo os moradores ouvidos, Vitorino Sanches não tinha ligação com o grupo que ocupou a Fazenda Borda da Mata, onde Vito Fernandes foi morto no dia 24 de junho. Ele, contudo, também conforme a apuração, era apoiador do movimento de retomada de terras reivindicado por parte da comunidade.