“O motorista tentou me estuprar (…) estou avisando aqui pq esse homem não pode ficar pegando corridas, q a gente acha q está segura”, disse a estudante sobre a conduta do motorista de aplicativo Adriano Vieira cinco dias antes de um novo ataque praticado por ele contra uma nova passageira. Ele está preso desde o dia 7 de junho.
Os prints desse pedido de socorro constam na solicitação de prisão preventiva contra o motorista de aplicativo. No documento, é possível ver que o suporte do InDriver responde com as perguntas automáticas de praxe e não consta qual a providência foi tomada sobre o caso.
A Polícia Civil solicitou informações das empresas para saber o que foi feito depois do relato enviado ao suporte disponível para passageiros pelo InDriver. O relato da jovem foi feito ao InDriver na madrugada de 1º de junho, horas depois do ataque sofrido por ela.
No relato encaminhado ao InDriver, a vítima contou tudo que aconteceu desde que pediu corrida do Bairro Coophavilla para a região das Moreninhas. “Ele estava usando [pasta] base, veio pela BR, pegou meu celular e ficou se masturbando na minha frente”, contou. “Ele me prendeu no carro por quase ou mais de uma hora”.
O suporte enviou a resposta automática, encaminhada para qualquer tipo de reclamação. “Lamentamos o ocorrido Sra *****. Nos informa mais detalhes sobre a corrida, como data, horário e nome do passageiro”. Nos prints anexados ao inquérito, não consta se a resposta final do suporte para a passageira.
A delegada Ana Luiza Noriler, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), disse que as empresas estão colaborando com a investigação, mas ainda não há informação se a InDriver tomou alguma providência prática sobre o caso, como relatar às polícias locais ou entrar em contato com as outras plataformas, já que é muito comum que o mesmo profissional trabalhe com vários aplicativos.
Segundo a delegada, a Polícia Civil pediu informações às empresas pelos contatos oficiais e aguarda informações sobre as comunicações dos fatos narrados pelas vítimas. A empresa não tem sede no Brasil e todos os contatos encontrados são por e-mail. A reportagem questionou se o InDriver tomou alguma providência quando soube do relato e ainda não obteve resposta.
Em relação ao Uber, a informação já divulgada é que o motorista foi expulso da plataforma assim que soube do ocorrido. A reportagem entrou em contato com a assessoria da 99 para saber quando a empresa foi notificada pela passageira do que aconteceu e aguarda retorno.
Vai vendo!!!