Depois que a filmagem viralizou, a casa onde a família vivia foi invadida, os dois conseguiram fugir, mas o motorista de aplicativo que os levou até um hotel, os reconheceu e divulgou o local onde estavam hospedados. “Vamos ter de procurá-los porque devem ter se escondido porque estão sendo ameaçados pelos justiceiros”, narrou a delegada Analu Lacerda Ferraz, da 1ª DP (Delegacia de Polícia), ao site Campo Grande News.
Ela explica que pediu a prisão preventiva do pai do garotinho e que o MPE (Ministério Público Estadual) deu parecer favorável à custódia dele enquanto durarem as investigações “para a garantia da ordem pública”, mas a Polícia ainda aguarda análise do juiz. Se for expedida ordem de prisão, é que o homem passará a ser procurado.
O vídeo da criança chorando viralizou na quarta-feira (29) e virou “prato cheio” para muita gente falar em “justiça com as próprias mãos”, mas o caso aconteceu no dia 24 de setembro. Analu Ferraz foi quem atendeu a ocorrência quando o pai do menino foi detido pela Polícia Militar. A denúncia contendo o vídeo foi feita à PM, que acionou o Conselho Tutelar na madrugada e foi ao local.
Na casa da família, estavam a mãe e as crianças. O pai foi localizado depois, mas pego no mesmo dia. Em depoimento, o homem nega que tenha agredido o filho, embora no vídeo, ele diga: “eu vou te bater mais”, mandando que o menino tirasse a bermuda. O pai alega que o filho havia caído, por isso, estava ensanguentado e a mãe confirma. O casal também nega fazer uso de drogas e admite ter problemas com álcool.
A delegada explica que a polícia investiga o caso. Não há como provar, por enquanto, que aquele sangue na criança foi provocado por uma agressão, apesar da forte evidência de que o menino estava apanhando naquele momento. Foi pedida perícia no celular do pai para apurar, por exemplo, quando o vídeo foi gravado e se há mais imagens que esclareçam os fatos.
Desde o flagrante, as crianças – além do menino o casal tem outros dois filhos, uma garota mais velha que ele e um bebê – foram acolhidas pelo Conselho Tutelar e depois enviadas para a casa de parentes, que foram de Ponta Porã. A responsável pela investigação e a conselheira tutelar que esteve na casa da família, Marine Escobar de Souza, afirmam que a “caça às bruxas”, estimulada pelo compartilhamento do vídeo do menino chorando, em nada contribui para o bem-estar das crianças, além de ser crime reproduzir o vídeo, que identifica o menino em situação que pode gerar sofrimento para ele no futuro.
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