E mais uma denúncia grave contra Prefeitura de Mato Grosso do Sul termina em pizza. O procurador-geral Adriano Loureiro Fernandes, que questionou a Prefeitura de Coxim e o chefe de gabinete Ivaldo Ferreira Lopes pelo uso indiscriminado do cartão combustível, foi exonerado do cargo pelo prefeito Edilson Magro. Conforme publicado no Diário Oficial de Coxim, a exoneração foi a pedido e com base no artigo 46, Inciso II, da Lei Complementar Municipal nº 066/2005 de 15 de setembro de 2005.
A Procuradoria-Geral de Coxim enviou ofício questionando os motivos do chefe de gabinete da prefeitura Ivaldo Ferreira Lopes gastar o total de R$ 4.793,51 por mês com o cartão combustível. Além disso, indagou a falta de dados dos veículos abastecidos na cidade e utilização elevada nos últimos sete meses. O prazo para as respostas era até o dia 10 de agosto e até o momento não houve explicação do município.
Segundo o documento, o cartão combustível cadastrado no CPF do chefe de gabinete Ivaldo Ferreira Lopes possui o custo mensal de R$ 4 mil, com utilização média de 4.218,56 litros de gasolina em 7 meses. São 602,65 litros por mês e 20,08 litros por dia. Em diesel foram utilizados 2.134,07 litros em sete meses, com 304,86 litros por mês e 10,16 litros por dia.
O documento aponta que no uso de 10 km de rodagem por litro chega a quantia de 63.526,30 quilômetros rodados em sete meses, com 9.075,18 por mês e 302,50 por dia. O ofício considera que existe a ausência de identificação [como regra] dos veículos beneficiados com o abastecimento relatando a falta de placas, modelo e quilometragem inviabilizando a transparência sobre o uso.
Também está indicado que foram vários abastecimentos ao dia, principalmente em 5 de maio de 2021, e que a quantidade de litros de combustível é superior à média da frota municipal. Em especial são apontados os carros usados pela chefia de gabinete. “A Procuradoria Geral do município de Coxim, no uso de suas atribuições conferidas pela Lei Complementar nº 161/2017, requisita esclarecimentos quanto aos fatos narrados”, diz a determinação que cobrou respostas.
Entre os questionamentos estão sobre o número de veículos abastecidos de janeiro a julho, se os veículos são pertencentes a frota municipal ou particulares e quais são; motivos de não haver identificação dos veículos, justificativas e se o chefe de gabinete tem conhecimento dos fatos. O chefe de gabinete ainda foi questionado se possui outro cargo fora da gestão municipal como algum programa de rádio e se os patrocinadores possuem vínculo com o município.