No período de 2019 para 2020, o percentual de hectares desmatados no município de Bonito (MS), principal atração do ecoturismo de Mato Grosso do Sul, teve aumento de 160%, saltando de 160 para 416 hectares destruídos. Esse crescimento exponencial motivou o MPE (Ministério Público Estadual) a instaurar inquérito civil para apurar o que motivou essa devastação da Mata Atlântica.
Segundo o Atlas Mata Atlântica, da ONG SOS Mata Atlântica, foram suprimidos 416 hectares do bioma. Ao todo, Bonito detém 39.981 hectares do bioma e a série histórica mostra avanço do desmatamento a partir de 2017 e um salto desde 2019, passando de 160 hectares para 416. Parecer do Nugeo (Núcleo de Geotecnologias) do MPE apontou que, das seis propriedades rurais cadastradas no CAR (Cadastro Ambiental Rural), cinco tinham autorizações de desmatamento do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
No entanto, o órgão concedeu as licenças dentro de possível área de Mata Atlântica. Dos 416 hectares desmatados, 355 ocorreram dentro de áreas licenciadas, tendo, portanto, 61 hectares sem cobertura de autorização ambiental. O Nugeo aponta que as áreas desmatadas sem autorização já estão sendo fiscalizadas, o que me preocupa é o volume de autorizações dadas em área de possível Mata Atlântica.
O promotor de Justiça Alexandre Estuqui Júnior argumenta que, caso isso se confirme, pode gerar, inclusive, processos criminais e de improbidade contra os consultores privados e servidores públicos envolvidos. O Imasul tem 15 dias úteis para se manifestar e a informação é de que o Instituto “não autoriza supressão em bioma Mata Atlântica”, seguindo o que determina a Lei 11428/2006. Com informações do site Campo Grande News