A fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul teve mais um fim de semana violento com o registro de duas execuções. A primeira foi no sábado (03), quando Luís Fernando dos Santos morreu e um adolescente de 15 anos de idade ficou ferido em um atentado em Antônio João (MS), enquanto a segunda foi em Bela Vista (MS), onde Jorge Manuel Rios Barreto, de 24 anos, foi sequestrado por paraguaios no último dia 28 de junho, morto a tiros no domingo (04) e jogado em um barranco no Assentamento Caracol.
Com essas duas mortes, o número de execuções na região chega a 90 somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 10 em fevereiro, 21 em março, 8 em abril, 18 em maio, 16 em junho e 3 em julho. No caso do primeiro assassinato, o crime aconteceu na Rua João Nunes, em Antônio João, onde Luís Fernando dos Santos foi morto, enquanto o adolescente de 15 anos foi levado em estado grave para o Hospital Regional de Ponta Porã (MS).
Já na execução de Jorge Manuel Rios Barreto as informações são de que ele foi morto a tiros pelos sequestradores paraguaios e jogado em um barranco no Assentamento Caracol, em Bela Vista. O corpo foi encontrado pela Polícia Federal e os paraguaios Feliciano Bernal Maiz e Laubrindo Balbuena Mariz, que seriam moradores da propriedade onde o corpo foi encontrado, foram presos por suspeita de participação no crime.
Ao encontrar o corpo do lado brasileiro, próximo ao Rio Apa, na fronteira entre Brasil e Paraguai, a Polícia de Mato Grosso do Sul acionou a equipe da divisão antissequestro da Polícia Nacional do Paraguai. O corpo estava aos fundos de um lote, com perfurações de tiro na cabeça.
Também, de acordo com o boletim de ocorrência registrado pela polícia sul-mato-grossense, Jorge Barretos foi jogado de cima de um barranco de cerca de quatro metros de altura. A polícia paraguaia informou que os moradores do lote, um homem de 43 anos e uma mulher de 50, estavam mantendo contato com a mãe da vítima, por meio de mensagens no WhatsApp.
A mãe da vítima reconheceu o número utilizado pelo casal, que pedia um resgate de US$ 200 mil, além de ter enviado uma foto da vítima como “prova de vida”. Questionado sobre o envolvimento no crime, o casal contou que na terça-feira passada vários homens armados chegaram ao local com a vítima, pedindo para usar o celular. O casal então deu o aparelho, sendo que os sequestradores ficaram pouco tempo e, no fim da tarde do mesmo dia, foram embora a pé.
Durante o tempo em que ficou na propriedade, o casal contou que a vítima pediu um cigarro para fumar. Um maço da marca de cigarro dado para ela foi encontrado perto do corpo, na parte superior do barranco, de onde o sequestrado foi jogado.