O empresário brasileiro Darío Messer, considerado o “doleiro dos doleiros”, pretende fechar o quanto antes um acordo de delação premiada com a Polícia Federal para ser beneficiar de uma sentença mais branda. Em razão dos inúmeros “poderosos” envolvidos com dele, o temor é de que, caso ele resolva realmente “cantar”, pode causar um “terremoto” no Brasil e no Paraguai.
Investigado no Brasil pela “Operação Lava Jato” e conhecido no Paraguai como “irmão espiritual” do ex-presidente Horacio Cartes, ele foi retirado de sua cela no Complexo Penitenciário de Bangu 8, em Bangu (RJ), e levado para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro (RJ) para se reunir com agentes.
Segundo o relatório, o doleiro deu testemunho com a intenção de fechar um acordo com a PF e, assim, ser beneficiado como réu colaborar, recebendo multas menos onerosas. “Se você realmente diz o que sabe, causa um terremoto”, revelou uma fonte muito próxima de Dario Messer.
Ele ainda não reportou em sua rede de negócios, mas tenta chegar a um acordo com as autoridades para receber algum benefício no processo judicial, que é seguido por lavagem de dinheiro e outros. A “lista de clientes” de Darío Messer inclui empresários, atletas e até políticos brasileiros e estrangeiros.
O doleiro é amigo próximo do ex-presidente paraguaio Horacio Cartes, a quem acompanhou em algumas viagens oficiais quando ainda governava o Paraguai. Os procuradores da República do Brasil dizem que o acusado também cometeu lavagem de dinheiro no Paraguai.
O Ministério Público do Paraguai também acusou Messer do mesmo crime e associação criminal. O suspeito, depois de meses de fugitivo, foi preso no último dia 31 de julho no exclusivo bairro dos Jardins, em São Paulo (SP). Ele estava hospedado em um apartamento de luxo.
O empresário era procurado pela Justiça brasileira desde 3 de maio de 2018 quando foi iniciada uma operação contra a lavagem de US$ 1,652 bilhão. A investigação chegou ao ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que também está preso. Ele foi condenado em dois casos, 12 anos e 12 anos com 11 meses de prisão.
No Paraguai, os agentes fiscais René Fernández e Alba Cantero tinham acusado Dario Messer em abril passado, assim como seu filho Dan Wolf Messer, Juan Pablo Jiménez Viveros (que tentou trocar cheques no Banco Nacional de Desenvolvimento) e Adolfo Granada (que tinha pacotes de ações das empresas), pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.