O órgão especial do TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), em São Paulo (SP), decidiu, por 14 votos favoráveis e 4 contra, abrir processo administrativo contra o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira. A possível “omissão” de Odilon, que, mesmo avisado que seu parente Jedeão de Oliveira, seu assessor na 3ª Vara Federal de Campo Grande, poderia estar cometendo falhas graves, “não tomou providência” e agora será objeto da investigação do TRF 3.
No ano passado, em um vídeo, o ex-assessor e primo do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, Jedeão de Oliveira, contou detalhes de sua exoneração da 3ª Vara Federal de Campo Grande, onde trabalhou por 21 anos, acusado de desvios que somam mais de R$ 11 milhões. Ele era o diretor de secretaria do juizado comandado até então por Odilon de Oliveira, que foi candidato a governador pelo PDT, e, no vídeo, dá sua versão dos fatos sobre a denúncia de que o juiz aposentado negociava sentenças.
Desde que deixou o cargo em Campo Grande, ele tem morado em local incerto e não sabido. Jedeão afirmou que ele e sua família eram alvos de ameaças e, por esta razão, com medo de morrer e pela segurança dos familiares, não mostrou o rosto no vídeo. Ele contou que, preocupado com o que poderia lhe acontecer e temendo por sua integridade física, registrou todo conteúdo de suas acusações contra Odilon, em um documento público, em um cartório no interior do Estado de São Paulo.
Jedeão nega que tenha desviado R$ 11 milhões e dá a sua versão dos fatos que, aponta, compravam que Odilon de Oliveira vendia sentenças favoráveis a traficantes que atuavam na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele afirmou, ainda, que serviu como uma espécie de ‘para-raios’ no período em que trabalhou na 3ª Vara, e frisa que chegou a ‘tirar prova’ das denúncias que recebia de que seu primo, agora ex-chefe, vendia sentenças.
Na época, por meio de nota divulgado por sua assessoria de impressa, Odilon de Oliveira negou as irregularidades e se disse ser vítima de “leviana acusação” do então candidato à reeleição Reinaldo Azambuja, e destacou que era alvo de “armação política montada para prejudicar” sua candidatura ao governo estadual.
Odilon afirmou que ele próprio demitiu Jedeão quando teve conhecimento dos desvios na Vara Federal que chefiava. Também afirma que o ex-diretor responde ação penal por ter se apropriado de valores apreendidos e destaca que solicitou ao TRF 3 correição extraordinária que teriam comprovado os desvios praticados pelo homem que agora se diz vítima de ameaças.
“Dois anos depois de sua demissão, após o juiz se firmar como pré-candidato ao governo, surge esse servidor, também a título de vingança, fazendo falsas acusações contra quem o puniu”, apontou trecho da nota. Com infos JD1.
Vai vendo!!!