Uma mulher de 49 anos, moradora de Brasília (DF), registrou dois boletins de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal relatando ter sido vítima de golpe financeiro intermediado pelo chefe de gabinete do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) e, agora, revelou que o parlamentar sul-mato-grossense teria feito ameaças contra ela.
O primeiro registro, feito em 7 de agosto, aponta que Babington dos Santos, conhecido como “Bob” e assessor de Rodolfo Nogueira, procurou a vítima alegando ter um amigo, empresário renomado, interessado em trocar dólares por reais devido ao temor do chamado “tarifaço”.
Confiando na indicação do assessor, a mulher entregou R$ 24 mil, valor que seria usado para pagar as contas do mês. Após a transação, o empresário enviou comprovante falso e desapareceu, segundo registrado na Polícia Civil.
Ao procurar Bob, o assessor se isentou de qualquer responsabilidade, sendo que o caso foi registrado como estelionato. Cinco dias depois, nesta terça-feira (12), a mulher registrou outro boletim, desta vez por ameaça.
Segundo o documento, Rodolfo Nogueira ligou, se apresentando como atuante no setor agropecuário, afirmando ter influência e recursos financeiros e que acionaria advogados caso fosse divulgada a informação de que o chefe de gabinete em Brasília estaria envolvido no golpe.
Nos dois registros, ela solicitou que os fatos fossem investigados e que as providências legais fossem adotadas contra os envolvidos. Conforme o deputado, ele nunca falou com a vítima e recebeu várias ligações do esposo dela, que o coagiu.
“Afirmei que não tinha conhecimento do ocorrido entre ele e meu assessor. Falei que essa questão deveria ser resolvida entre eles. Disse ainda que, se continuasse a difamação contra meu nome, eu tomaria medidas judiciais. Tenho 23 assessores; se eu fosse responsável pelas relações de cada um deles, seria melhor fechar as portas e ir para casa”, declarou.
Por meio de nota, Babington negou envolvimento em qualquer golpe financeiro e afirmou que também foi vítima de crime de estelionato em 4 de agosto, quando um golpista se passou por amigo de confiança, solicitando indicação de contatos para suposta operação de câmbio.
De acordo com o assessor, sua participação se limitou apenas a indicar contatos da vítima, sem qualquer envolvimento em negociações financeiras, conforme comprovado no boletim de ocorrência da Polícia Civil do DF.
Babington afirma ainda que a mulher, por iniciativa própria, realizou a transferência de R$ 24 mil para um terceiro, baseada em promessa irreal de retorno de R$ 105,6 mil, ignorando procedimentos básicos de segurança em operações financeiras.
Na nota, o assessor acusa a mulher de difamá-lo publicamente em grupo de WhatsApp e de enviar denúncias infundadas a veículos de imprensa e políticos, resultando em reportagem considerada difamatória.
Ele afirmou que a situação configuraria ainda ameaça indireta ao mencionar contatos com seu superior hierárquico. Como medidas legais, Babington informou ter registrado representação criminal contra a mulher por calúnia, difamação e ameaça, além de ação judicial por danos morais e materiais, com pedido de retratação pública e indenização. Com informações do site Campo Grande News