A avalanche de novos casos confirmados de Covid-19 devido à variante Ômicron, que é muito mais contagiosa, faz os especialistas apostarem na imunidade de rebanho em Mato Grosso do Sul. De acordo com eles, com a vacinação em massa e uma parcela considerável da população infectada, o vírus deve perder força mais cedo.
Os especialistas explicam que, devido ao alto índice de contaminação e como todos estão se infectando praticamente ao mesmo tempo, é muito mais fácil chegar à imunidade de rebanho. O médico infectologista Rodrigo Nascimento explica que a imunidade de rebanho pode acontecer porque, com o passar do tempo, o corpo humano adquire resistência à cepa e resistência parcial às novas variantes.
No entanto, ele reforça que quando se trata da Covid-19 o cenário é incerto e imprevisível. A imunidade de rebanho existe porque, conforme você tem contato com o agente, adquire resistência e, de alguma forma, apresenta resistência parcial às variantes do vírus original. É claro que cada variante tem suas características. Pode existir uma variante futuramente que faça um estrago muito maior, não sendo possível prever esse cenário.
Em maio de 2021, pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) observaram que pacientes que tiveram sintomas leves da doença tinham chances maiores de apresentar quadros graves caso contraíssem o vírus novamente. A reinfecção de Covid-19 pela variante Ômicron, porém, tem se mostrado diferente, pois, desde que apareceu, em um momento no qual o sistema imunológico da população apresentava um preparo maior, diferente do que aconteceu quando apareceu a primeira cepa.
A variante pegou uma população previamente sensibilizada e vacinada, e, por conta disso, é menos suscetível, já que as pessoas apresentam mais anticorpos e defesas. Isso acontece com várias doenças infecciosas, principalmente virais. Com o passar do tempo, você vai ficando mais imune e as gerações que se sucedem também podem adquirir a imunidade através da hereditariedade.
A Ômicron parece ter menos gravidade porque após dois anos pegou a população com mais anticorpos. Além das características da própria variante, outro fator determinante para a diminuição dos riscos de infecção é a vacinação. Mato Grosso do Sul já aplicou 5 milhões de doses da vacina, de acordo com o Vacinômetro da SES (Secretaria Estadual de Saúde).
O impacto pode ser mensurado pelo número de internações, que não tem aumentado no mesmo ritmo que novos casos são confirmados. A vacinação influencia bastante, porque provoca a criação de anticorpos em quem tomou a vacina. O objetivo da vacina é estimular o sistema imunológico da pessoa, produzindo anticorpos para a doença. A tendência, com isso, é diminuir hospitalizações, gravidade e em algumas situações imunidade completa. Com informações do jornal O Estado MS