Reportagem do portal de notícias UOL deste fim de semana revela que o pai e a esposa do narcotraficante brasileiro Caio Bernasconi Braga, mais conhecido como o “Fantasma da Fronteira”, respondem processos por lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas.
Ele foi preso pela Polícia Federal em Ponta Porã (MS) na última terça-feira (2) por suspeita de comandar a venda de drogas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Esposa de Bernasconi, Bruna Nayara Calciolari de Matos esteve na mira da “Operação Além-Mar da PF”, deflagrada em 2020. Ela foi investigada pela suposta ligação financeira ilícita com o homem que despistou as autoridades por oito anos, um dos principais alvos da investigação.
Segundo a denúncia, Bruna de Matos aplicou dinheiro vindo do tráfico de drogas em uma clínica de estética na zona oeste de São Paulo. A investigação da PF apontou que ela investiu R$ 180 mil no estabelecimento entre junho e setembro de 2018.
Bruna de Matos e suas empresas estão sendo utilizadas para a lavagem de dinheiro procedente do tráfico ilícito de drogas. Segundo o documento da PF, o investimento seria “produto de crime”, já que a esposa do “Fantasma” não tinha fonte de renda compatível com os valores.
“Caracteriza a utilização na atividade econômica de valores provenientes de infração penal”, citou a PF em parte do processo. Já Ivanildo Pereira Braga Júnior, pai do “Fantasma”, é acusado de aplicar dinheiro do crime organizado para compra e venda de veículos.
Com o dinheiro da associação criminosa, [Ivanildo] constituiu a empresa que era usada para a comercialização dos veículos. Os parentes do megatraficante de drogas chegaram a ser presos preventivamente.
Eles foram soltos sob a condição de não estabelecer mais contato com o “Fantasma”. Procurados, os representantes legais de Bruna de Matos alegam inocência e dizem que os autos tramitam sob sigilo.
A defesa de Ivanildo Pereira também contesta a acusação de lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas. Ele teria dinheiro para fazer todas as movimentações investigadas, que estão inclusive declaradas às autoridades.
Quem é o “Fantasma da Fronteira”
Caio Bernasconi Braga, o “Fantasma da Fronteria”, é apontado pelas autoridades como o sucessor no PCC (Primeiro Comando da Capital) de Sergio de Arruda Quintiliano, o “Minotauro”, na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Segundo a polícia, o megatraficante de drogas assumiu o controle do tráfico internacional de drogas da facção na fronteira entre Brasil e Paraguai após Minotauro ter sido preso em 2019.
O criminoso estava foragido desde 2015, quando teve pedido de prisão preventiva decretado pela Justiça de Bauru (SP). Três anos depois, ele escapou de carro de uma ação para prendê-lo feita por agentes da PF na zona leste da capital paulista.
Mesmo foragido, “Fantasma” chegou a participar de audiências da Justiça Federal de Pernambuco pela internet nos últimos dois anos. Segundo a PF, ele era o responsável por uma carga de 2,5 toneladas de cocaína apreendida no porto de Rotterdam, na Holanda.
Para despistar as autoridades, o criminoso se identificava como agente comercial e usava um nome falso, segundo as investigações. A advogada Josimary Vilhena, que o representou na audiência de custódia, disse que só irá se manifestar no processo.
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