Não é só de shows musicais que vive o Festival de Inverno de Bonito (FIB), que começou ontem (27) e prossegue até segunda-feira (31). Além das mais de 200 atrações entre shows musicais, apresentações de dança e teatro, o evento também promove campanhas sociais em conjunto com a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Instituto Sangue Bom e ONG Fraternidade sem Fronteiras.
A programação já começou, com palestras em escolas de Bonito, que têm o objetivo de reforçar a importância da Lei Maria da Penha para crianças e adolescentes. Até domingo, o público poderá conhecer muito mais sobre esses projetos. Para o secretário estadual de Cultura e Cidadania de Mato Grosso do Sul, Athayde Nery, as campanhas sociais promovidas nessa edição valorizam o FIB como um festival humano.
“Não queremos ser apenas um festival de shows e atrações. O objetivo é contar com ações que deixem um legado para a cidade e para aqueles que estão contribuindo. Investir em cidadania, promover uma cultura cidadã, esse é o objetivo do festival nesta 18ª edição”, pontua Athayde Nery.
“Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Bonito, vamos promover essas conversas com os estudantes. Essas atividades tem o objetivo de mudar o comportamento, empoderando as meninas e sensibilizando os meninos para sua maneira de agir, sobretudo com elas”, argumenta Luciana Azambuja, subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres.
Segundo ela, o Projeto Maria da Penha Vai à Escola é uma ação permanente da secretaria, tendo sido implantado na rede pública estadual em 2015. Até o ano passado, mais de 3,1 mil estudantes foram impactados no Estado. “Em agosto, em comemoração aos 11 anos da Lei, vamos intensificar as ações começando por Bonito. Além das palestras, realizaremos no sábado uma Blitz Educativa com a PM e os florestinhas”, aponta.
Outro parceiro na proposta cidadã do 18º FIB é o Instituto Sangue Bom. Extensão do Projeto Sangue Bom, o Instituto foi lançado em abril deste ano, com o objetivo de reunir mais pessoas em ações de conscientização e doação de medula óssea. Carlos Alberto Rezende, o professor Carlão, é o idealizador do projeto. Segundo ele, durante o festival, será promovido o cadastramento de doadores. “Também vamos ministrar uma palestra sobre os mitos e verdades na doação, além de visitar repartições públicas esclarecendo o tema”, aponta.
O Projeto Sangue Bom nasceu em 2015. Carlão havia sido diagnosticado com aplasia medular. Por meio de uma extensa campanha, conseguiu encontrar doador compatível e teve a história de sua vida completamente transformada. “Eu entendi que tinha uma missão e desde então estou nessa trabalho, de conscientizar pessoas e aumentar o número de doadores. É com gratidão que recebemos esse convite para participar do festival, é uma iniciativa incrível”, pontua.
Já a organização não-governamental Fraternidade Sem Fronteiras (FSF) promoverá o encontro entre a cultura e a cidadania para divulgar as ações que vem realizando em Moçambique, Madagascar e no Nordeste brasileiro. “Vamos levar trabalhos artesanais das regiões atendidas pela ONG para o festival. É uma maneira das pessoas se aproximarem dessas regiões tão distantes, mas que precisam de nosso apoio”, explica Wagner Moura, idealizador do projeto.
Atualmente, a FSF atende 8,5 mil crianças por meio de centros de acolhimento. “Trabalhamos com o apadrinhamento voluntário. Então, cada uma dessas crianças tem um padrinho que contribui para garantir que elas tenham uma vida digna”, comenta. Ele ainda ressalta a importância de contar com um espaço de divulgação como o FIB. “Vamos trabalhar para conseguir mais padrinhos e garantir a oportunidade de cuidar de mais crianças”, pontua.