Dados da prestação de contas enviada pelos candidatos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revelaram que as eleições municipais realizadas neste ano empregaram 53.032 pessoas em Mato Grosso do Sul. Ainda conforme os registros, em todo o Brasil, o número de pessoas contratadas diretamente por campanhas eleitorais foi de 1,2 milhão.
No comparativo entre as unidades federativas, o Estado figura como o sexto em que mais trabalhadores foram empregados, ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná. Conforme os analistas consultados pelo Correio do Estado, as vagas geradas nas campanhas eleitorais, assim como as das festas de fim de ano, são importantes para a movimentação econômica.
Ao traçar um paralelo entre o número de trabalhadores contratados durante a campanha e a população das cidades de Mato Grosso do Sul, observa-se que as 53.032 contratações equivalem ao total de habitantes da quinta maior cidade do Estado. Esse contingente só é superado pelas populações de Campo Grande (897,9 mil), Dourados (243,3 mil), Três Lagoas (132,1 mil), Corumbá (96,2 mil) e Ponta Porã (92 mil).
De 1,2 milhão de pessoas contratadas diretamente por campanhas eleitorais no Brasil, mais da metade (cerca de 669 mil) atuou em atividades de militância e mobilização de rua. Esse número real pode ser ainda maior, pois muitos desses trabalhadores foram registrados de forma genérica nas prestações de contas.
Ainda conforme a reportagem, os contratos com pessoas físicas informados à Justiça Eleitoral somam R$ 1,96 bilhão, de um total de R$ 6,22 bilhões em despesas. A maior parte dos gastos, entretanto, foi destinada a empresas. Os dados indicam que a remuneração média para quem trabalhou em atividades de rua foi de R$ 1.020, valor que varia conforme o local, o tempo e a função exercida.
Esses números se referem apenas a contratações diretas realizadas pelas campanhas, mas o impacto eleitoral se estende a outros setores. A indústria gráfica aumentou as contratações temporárias para atender à demanda dos candidatos. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), 17% das gráficas do País realizaram contratações temporárias durante o período eleitoral.