Dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) mostram que, até o momento, foram registradas cinco ocorrências de feminicídio em Campo Grande, o que corresponde dizer que, a cada dois meses, uma mulher é morta pelo companheiro ou ex-companheiro entre janeiro e outubro deste ano no município.
O último caso foi registrado na noite de quinta-feira (12), no Bairro Monte Castelo, onde Gisele da Silva Saochine foi esfaqueada e teve o corpo carbonizado pelo marido Anderson Cylis Saochine.
Ele ateou fogo à casa onde morava com a esposa e uma filha e depois cometeu suicídio dentro do automóvel do casal ateando fogo no próprio corpo. Já a mulher foi encontrada no quarto do casal, totalmente incinerada, mas ainda com sinais de que tinha sido esfaqueada várias vezes.
Outros casos
O primeiro caso de feminicídio neste ano em Campo Grande foi o da jornalista Vanessa Ricarte, no dia 12 de fevereiro. Ela foi esfaqueada pelo então namorado, o músico Caio César Nascimento, na casa onde moravam, no Bairro São Francisco.
A mulher chegou a ser socorrida, mas, horas depois, não resistiu aos ferimentos. O músico foi preso e denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual).
No mês seguinte, foi registrado o assassinato de Giseli Cristina Oliskowiski, que, aos 40 anos, foi queimada viva e teve o corpo jogado em um poço no Bairro Aero Rancho, no dia 1º de março. O autor do crime foi o namorado, Jeferson Nunes Ramos, preso em flagrante momentos depois.
Dois meses depois, no dia 26 de maio, aconteceu o duplo feminicídio que chocou Campo Grande. Vanessa Eugênia Medeiros e a filha, de apenas dez meses, Sophie Eugênia Medeiros, foram mortas asfixiadas por João Augusto Borges de Almeida, que era companheiro da mulher e pai da criança.
Em depoimento à Polícia Civil, ele afirmou que não queria “pagar pensão” por conta de uma possível separação.
