Triste fim: Derrotado nas urnas apoiando o Juizão, Puccinelli amarga mais de 100 dias na cadeia

Orgulhoso e arrogante ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, o “dono” do MDB no Estado, completa, nesta segunda-feira (29), 101 dias atrás das grades. Ele e o filho, André Puccinelli Júnior, ocupam a cela 17 do Centro de Triagem Anízio Lima, em Campo Grande (MS), desde o dia 20 de julho deste ano por determinação da 3ª Vara Federal de Campo Grande, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a partir do apontamento de que tinham novas provas e fatos identificados na “Operação Papiros de Lama”, que é a 5ª fase da “Operação Lama Asfáltica”, desencadeada para investigar o uso do Instituto Ícone para recebimento de propinas destinadas ao ex-governador.

Registrada em nome do advogado João Paulo Calves, que também foi preso com André Puccinelli e seu filho, mas foi solto no dia 24 de outubro por meio de liminar concedida pela ministra Laurita Voz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a empresa pertenceria de fato a André Puccinelli Júnior, também advogado. Além dessa suspeita, a descoberta de uma quitinete no Bairro Indubrasil, em Campo Grande (MS), onde foram encontradas provas de irregularidades contra o ex-governador subsidiaram o novo pedido de prisão.

Nesses mais de três meses na prisão, André Puccinelli já teve habeas corpus negado três vezes pelo STJ, sendo que a última decisão caberá à ministra Laurita Vaz, da 6ª Turma. Em caso de nova recusa, o ex-governador ainda poderá apelar ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde seus advogados desistiram de pedido liminar depois da designação do ministro Alexandre de Moraes como relator de ações originadas na Lama Asfáltica – ele já havia recusado habeas corpus ao ex-secretário Edson Giroto e outros denunciados na “Operação Fazendas de Lama”, 3ª fase da “Operação Lama Asfáltica”.

O novo recurso foi apresentado depois de Puccinelli ver o TRF3 (Tribunal Regional Eleitoral da 3ª Região) também rejeitar, por maioria, outro pedido de liberdade. Nesses 101 dias de prisão, o ex-governador teve a candidatura ao Governo do Estado abandonada devido ao revés na Justiça, tentou lançar a senador Simone Tebet na disputa, mas ela desistiu e a candidatura caiu no colo do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Junior Mochi, que acabou derrotado nas urnas, não conseguindo ir para o 2º turno das eleições.

Em decorrência dessa derrota, o candidato do PDT, juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, enviou o próprio filho, o vereador Odilon de Oliveira Júnior (PDT), à cela 17 do Centro de Triagem Anízio Lima para pedir o apoio do MDB no 2º turno das eleições. Apesar de bênção de André Puccinelli, o partido “rachou” e apenas parte da legenda subiu ao palanque do Juizão, que acabou derrotado pelo atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que foi reeleito com mais de 50% dos votos no domingo (28).

Essa “dupla” derrota – com Junior Mochi e com Odilon de Oliveira – praticamente “sepulta” a vida política de André Puccinelli, que iniciou sua vida política no município de Fátima do Sul (MS) e lhe levou a governar Mato Grosso do Sul por dois mandatos.

 

E agora André?