As atividades restritas desde 11 de março deste ano em decorrência da pandemia mundial causada pelo novo coronavírus (Covid-19) não foram suficientes para impedir que o deputado federal Tio Trutis (PSL/MS) se tornasse o campeão de gastos entre a bancada federal de Mato Grosso do Sul. De acordo com o site O Jacaré, a bancada até reduziu em 20% o valor utilizado com a cota parlamentar, porém, o Tio Trutis foi na contramão e elevou os seus gastos em 154% no mês passado, tornando-se campeão, conforme o Portal da Câmara dos Deputados.
No mês passado, ele utilizou R$ 37.345,11 da cota parlamentar, contra apenas R$ 14.672,77 no mesmo período em 2019. A maior parte, R$ 31 mil, foi com consultoria, trabalhos e pesquisa. Ele se gaba de contratar escritório de advocacia para consultoria na apresentação dos projetos. O segundo maior gasto de Trutis foi com manutenção do escritório político (R$ 3.375), seguido com combustível e lubrificantes (R$ 2.962,54).
Eleito com o discurso da nova política e reduzir os gastos públicos, o parlamentar superou os campeões tradicionais, como Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira (PDT) e Beto Pereira (PSDB). Em decorrência da pandemia, a Câmara suspendeu as atividades presenciais e vem limitando as sessões virtuais. Como as limitações estão proibidas em todo o Estado, os parlamentares não podem se locomover para manter contatos com eleitores, já que estariam contrariando as recomendações do Ministério da Saúde.
No total, o gasto dos oito deputados federais com a cota parlamentar teve redução de 20%, de R$ 211,7 mil, em março do ano anterior, para R$ 169,3 mil no mês passado. Campeão na utilização do dinheiro em março de 2019, Dagoberto usou R$ 33,2 mil no mês passado. Houve redução de 29,8% em relação aos R$ 47,3 mil gastos no mesmo período do ano passado. O pedetista usou R$ 10,4 mil com locação de veículos, R$ 7,8 mil com manutenção do escritório político e R$ 3,8 mil com combustíveis.
Vander reduziu o gasto em 22,7%, de R$ 28,5 mil para R$ 22 mil neste ano. O maior desembolso feito pelo petista foi atividade de divulgação da atividade parlamentar (R$ 13,8 mil), seguido por locação de veículos (R$ 3 mil), combustíveis (R$ 2,2 mil) e serviços postais (R$ 1,6 mil). O menor desembolso foi feito pelo deputado federal Fábio Trad (PSD). Ele utilizou apenas R$ 4.587,40 da cota parlamentar, redução de 83% em relação aos R$ 27 mil utilizados em março do ano passado. O maior desembolso do parlamentar, R$ 4,5 mil, foi com divulgação da atividade parlamentar.
Bia Cavassa (PSDB) também surpreendeu ao reduzir o desembolso em 18% em relação a março de 2019, de R$ 19,2 mil para R$ 15,8 mil. O maior gasto da tucana foi R$ 11,1 mil com divulgação da atividade parlamentar, seguido por combustível (R$ 2,3 mil) e manutenção do escritório (R$ 2,3 mil). Tradicionalmente mais econômico, o bolsonarista Dr. Luiz Ovando (PSL) elevou o gasto em 69,3%, apesar da suspensão da maior parte das atividades por causa da pandemia. Ele gastou R$ 17.151,59 no mês passado, contra R$ 10.126,12 no mesmo período de 2019.
Ovando destinou R$ 8,9 mil para a manutenção do escritório político. Apesar da recomendação do Ministério da Saúde para ficar em casa, o deputado usou R$ 4 mil com a locação de veículos e R$ 2,3 mil com combustíveis. O médico é contra o isolamento social. Rose Modesto (PSDB) reduziu os gastos em 8,47%, de R$ 23,5 mil para R$ 21,5 mil. O maior desembolso feito pela tucana foi divulgação do trabalho da atividade parlamentar (R$ 5 mil) e passagens aéreas (R$ 4,8 mil).
Beto Pereira teve redução de 57,25%, de R$ 41 mil para R$ 17,5 mil. O maior desembolso feito pelo ex-prefeito de Terenos foi R$ 8,9 mil com locação de veículos, seguido por R$ 3,9 mil com manutenção do escritório e R$ 3,5 mil com combustíveis. Além da cota parlamentar, conforme o Portal da Transparência, a bancada de MS utilizou R$ 851,5 mil da verba de gabinete (para pagar salários de funcionários) e três pediram ressarcimento de R$ 9,4 mil do auxílio moradia. Fonte: O Jacaré