Já diz o ditado que, quando o diabo não vai, manda o secretário. Cansado de acumular derrotas na Justiça, o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, resolveu utilizar o irmão Alberto Carlos Gomes de Souza para recorrer com a intenção de retirar do STF (Supremo Tribunal Federal) a ação por simulação de atentado no dia 16 de fevereiro de 2020 na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.
No entanto, assim como o irmão parlamentar, Alberto Carlos de Souza também sofreu uma derrota na Justiça, pois a ministra Rose Weber decidiu pela manutenção da ação no STF. Ele, que também é investigado no caso de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, teve o pedido negado para que o caso fosse redirecionado ao Juizado Especial de Campo Grande.
Alberto Carlos de Souza teria emprestado uma pistola Taurus, modelo TH 380, calibre .380 para o irmão, pois, um processo por violência doméstica impede o “nobre” parlamentar de conseguir o registro. A ministra também deferiu pedido de nova intimação de Alberto Carlos de Souza para que entregue, voluntariamente, “a última Declaração de Imposto de Renda apresentada à Receita Federal, alusiva ao ano-calendário de 2020, a fim de que seja aferida sua capacidade econômica”.
A Polícia Federal deflagrou a “Operação Tracker” em novembro de 2020, quando cumpriu mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e Brasília (DF). Os mandados foram expedidos pelo STF para apurar o suposto atentado ao Tio Trutis e seu assessor. O deputado federal foi preso por porte ilegal de arma de fogo durante a operação.
Além da arma que motivou prisão em flagrante – um fuzil T4 calibre 556 mm, da marca Taurus, equipado com lanterna, mira optrônica, cinco carregadores e bandoleira de três pontos, avaliado em R$ 10 mil -, os policiais federais encontraram uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições, e um revólver calibre .357, com dez munições, na mesa da sala do parlamentar, além de um pote em formato de caveira com diversas munições.