Em 16 de fevereiro do ano passado, o “nobre” parlamentar divulgou nas redes sociais que foi vítima de atentado na BR-060, a caminho de Sidrolândia (MS). Imagem anexada à postagem no Facebook mostrou um Toyota Corolla, onde o deputado viajava, com vidros estilhaçados e marcas de bala. Ele também contou na postagem que reagiu a tiros.
Nove meses depois, em 12 de novembro, a história sofreu uma reviravolta e Trutis acabou alvo da operação Tracker. Rastreador do carro, câmeras espalhadas pela BR-060, perícia e exaustiva investigação levaram a PF (Polícia Federal) a esclarecer que a tentativa de homicídio era uma farsa ou, como classificou os investigadores, uma tragicomédia com dois atores: o deputado e o seu então motorista.
A investigação também revelou que Trutis, signatário da Bancada da Bala, não poderia ter armas em seu nome, pois responde a processo enquadrado na Lei Maria da Penha e suspeita de estupro. Os policiais federais encontraram uma pistola, um revólver e um fuzil. As armas eram registradas em nome de “laranjas”.
Dias depois da operação, o deputado federal Paulo Bengtson (PTB/PA), corregedor da Câmara, disse que aguardava o documento para notificar o parlamentar. Porém, por meio da assessoria de imprensa, Bengtson informou que não foi aberto procedimento porque não houve representação contra Trutis na Corregedoria.
Nesta sexta-feira (26), Tio Trutis disse não ter medo de ser alvo do Conselho de Ética da Câmara. “Tenho absoluta certeza que os fatos foram distorcidos”, disse. O Conselho ficou parado desde março do ano passado, quando começou a pandemia de coronavírus. Agora, os trabalhos voltaram com os procedimentos contra Daniel Silveira e Flordelis dos Santos de Souza (PSD/RJ), acusada de ser mandante do assassinato do marido. Um dos desfechos pode ser a perda do mandato. Com informações do site Campo Grande News