A polícia de Três Lagoas está em alerta máximo, depois que foi revelada uma ordem da facção Primeiro Comando da Capital – PCC, para vingar a morte do interno Leonardo Ponciano de Melo, que foi baleado durante uma tentativa de fuga no último dia 31/08, data em que o PCC completou 24 anos de fundação.
Leonardo Ponciano estava preso por latrocínio (roubo seguido de morte) e foi morto justamente no dia do aniversário do PCC, quando tentava fugir da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas. Ele e outro detento conseguiram sair da cela e alcançar o muro da unidade, onde foram alvejados por tiros disparados pelos policiais que fazem a segurança externa. Segundo registro Leonardo Ponciano não obedeceu a determinação para se deitar no chão e iniciou escalada pelo muro, por isso foi atingido por disparo de arma de fogo.
Os líderes da facção que atua no interior dos presídios de praticamente todo Brasil então determinaram que a morte de Leonardo Ponciano seja vingada e ordenaram que seus integrantes executem represálias contra agentes penitenciários e policiais militares de Três Lagoas.
Segundo o portal de notícias UOL, na semana que antecedeu o aniversário da facção, um ofício do diretor do presídio federal de Porto Velho, Cristiano Tavares Torquato, retratou a existência de um plano da facção para matar um juiz federal, um procurador da República, um delegado federal e pelo menos quatro agentes penitenciários da unidade de Rondônia.
Esses atos seriam em represálias as medidas mais restritivas adotadas contra líderes da bandidagem nos presídios federais, em especial a suspensão das visitas íntimas.
A Polícia Federal atribui ao PCC a execução de três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, pelo mesmo motivo.
No dia 06 de março de 2013 o PCC executou em Três Lagoas o cabo aposentado Otácilio Pereira de Oliveira, que trabalhava como mototaxista para complementar a renda da aposentadoria. 18 pessoas foram presas pelo crime, inclusive Cleverson Messias Pereira dos Santos, vulgo cabelo, que é sobrinho do cabo Otacilio. Na época o então titular da Sejusp Wantuir Francisco Brasil Jacinini chegou a ser acusado de ter menosprezado a informação de que um policial de Três Lagoas seria vítima da ação do PCC, pois os preparativos para o atentado iniciaram três meses antes, e supostamente teria sido revelado pela Secretária de Segurança Pública do Paraná.
Talvez por conta dessa amarga experiência, a atual ameaça está sendo tratada com mais cautela. Equipes da Capital estão em Três Lagoas reforçando o policiamento ostensivo. Além disso o aquartelamento proposto pela Associação de Cabos e Soldados inicialmente por 24 horas, foi suspenso antes do prazo determinado, e todas as unidades que haviam aderido à manifestação, voltaram a trabalhar normalmente.