Três empresários são presos e Energisa identificou 10 mil “gatos” no último ano e estima prejuízo de R$ 35 milhões

A Energisa, concessionária de energia elétrica de Mato Grosso do Sul, informou ontem (17) que constatou irregularidades em 10 mil das 60 mil inspeções realizadas no Estado ao longo do último ano. Conforme a empresa, em valores, os desvios, popularmente conhecidos como “gatos”, representaram cerca de R$ 35 milhões de prejuízo aos cofres públicos.

Questionados sobre a diferença entre os “gatos” em ligações clandestinas e as ligações na rede de energia, a concessionária frisou que “as irregularidades são os casos que foram constatados durante a inspeção da distribuidora no sistema de medição com o objetivo de redução indevida do consumo”.

Já os casos de ligações clandestinas na rede de energia, referem-se a “comunidades irregulares (áreas de invasão, por exemplo), que se conectam à revelia no sistema de distribuição da concessionária”.

Nesta sexta-feira (17), o Éden Lounge, conhecido bar de Campo Grande, foi autuado após equipe da 3ª Delegacia de Polícia Civil flagrar irregularidades na energia elétrica. O flagrante ocorreu durante operação, que percorreu outras empresas da Capital, contra furtos de energia. Mais dois empresários foram presos também

A delegada de Polícia Civil Jennifer Estevam de Araújo disse que o proprietário do Éden alugou o imóvel e, desde a locação, não providenciou a ligação da energia junto à Energisa. Ele fez uma ligação direta e, a partir do momento que fez a locação, não foi na Energisa para ligar.

Segundo ela, a ligação direta coloca em risco funcionários e clientes, por chance de incêndio, por exemplo. No caso do Éden, a ligação ocorreu do poste direto para o empreendimento. Como tem quase três anos, vai ser feita uma análise específica.

Na última sexta (10), a concessionária destacou que são 934 “gatos”, ligações clandestinas externas na rede de luz em 2022. O número é muito maior e o principal desafio é identificar onde estão esses famosos “gatos” para atuar e evitar riscos de acidentes e até mortes.

A concessionária alegou que apesar das ligações irregulares, a Energisa não registrou qualquer incidente envolvendo este tipo de ação ao longo de todo o último ano.