A delegada de Polícia Civil Ana Cláudia Medina, titular do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), informou ontem (24) que uma tradição chinesa está impedindo a realização da perícia no corpo do arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, uma das maiores autoridades globais em planejamento urbano sustentável.
De acordo com as autoridades brasileiras, o procedimento só poderá ser realizado com a presença de familiares, em respeito a uma tradição cultural da China. Os corpos das outras três vítimas do acidente aéreo ocorrido na noite de terça-feira (23), na Fazenda Barra Mansa, no município de Aquidauana (MS), já foram entregues ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para os exames de identificação formal.
Entre as vítimas já encaminhadas à perícia estão o documentarista Luiz Fernando Cunha, o diretor de cinema Rubens Crispim Junior e o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros. A queda do avião de pequeno porte, que resultou na morte dos quatro ocupantes, é investigada pela Polícia Civil e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, o trabalho inicial concentrou-se em garantir a retirada das vítimas dos destroços e na identificação. “A identificação não deixou dúvidas quanto às pessoas que perderam a vida no sinistro, mas havia a necessidade da individualização dos corpos, já que a aeronave acabou carbonizando, trazendo diversos prejuízos para esse processo”, explicou.
Com a primeira etapa concluída, a investigação avançou para outras frentes. “Promovemos oitivas de testemunhas, levantamos informações sobre as condições de voo e requisitamos diversos exames periciais. Também aguardamos a chegada da equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que vai aprofundar a análise técnica dos destroços e das condições da aeronave”, disse Medina.
A delegada afirmou ainda que já surgiram informações preliminares sobre possíveis irregularidades na operação da aeronave. “Temos alguns elementos que nos levam a considerar a hipótese de um voo realizado fora do horário adequado na pista existente no local. Precisamos aprofundar essas diligências para compreender o que concorreu para o acidente e, principalmente, dar uma resposta às famílias”, reforçou.