A semana que passou foi marcada, entre outros fatos, por um barbárie que chocou pela sua crueldade e covardia.
O Blog do Nelio teve acesso ao depoimento de Conceição Vargas da Cruz, a madrasta que adotou seu próprio sobrinho de 4 anos com a intenção de torturá-lo em rituais de magia negra em Campo Grande, MS.
O teor do depoimento é assustador!
A mulher confessou à polícia que a criança convivia constantemente com a violência há meses. As imagens revelam que o menino teve queimaduras no rosto, no pescoço e no restante do corpo. Há ferimentos na cabeça e até uma unha do pé foi arrancada. Ele ainda teve lesão nas duas córneas, podendo ficar cego de um deles.
Em outro trecho do depoimento, a carrasca conta que em várias ocasiões o menino ficou amarrado em uma cadeira por horas, sem água e comida.
Com a ajuda do marido, Arnaldo Pavão, e de outro sobrinho, Giovani da Silva Ortiz, Conceição “incorporava” espíritos que, segundo ela, comandavam a barbárie.
A criança apresenta várias lesões pelo corpo. Os olhos, conta a tia, foram queimados com pinga quente e ponta de charutos em brasa.
O tio e a tia, que desde o ano passado tinha a guarda do menino, foram ouvidos e confessaram as atrocidades. “Faz parte do ritual. Quem ela incorporava que torturava ele”, diz o tio.
A tia confirmou que os dois participavam de rituais de magia negra e não tinham noção do que faziam porque estavam dominados por espíritos. “Incorporado você não sabe o que está fazendo. Quando desincorporava que você já sabia que já tinha feito”, diz.
O menino foi abandonado pelos pais, e mesmo antes de conseguir a guarda, ele já era torturado, como mostra o depoimento de Conceição da Cruz.
Durante seis meses, a família foi acompanhada por psicólogos, educadores e assistentes sociais. A última visita em casa foi em outubro. Depois disso, a tia e o sobrinho participaram de dois encontros no abrigo em novembro e dezembro.
Este ano, a tia foi chamada algumas vezes para conversar com os profissionais, mas não compareceu. Por isso, a equipe do abrigo fez uma visita surpresa e constatou os maus-tratos.
Os três acusados estão presos.
Leia abaixo o depoimento chocante da tia que maltratava e torturava um menino indefeso de 4 anos.
Segundo o médico legista Silvio Luiz Lemos algumas lesões são antigas. “São lesões que possivelmente já tem mais de quatro meses de evolução. O que chamou muito a atenção é a multiplicidade e a gravidade”, diz.
O Conselho Tutelar acompanha a situação. “O Conselho fez o acolhimento institucional dele. Já foi designado pelo abrigo um educador para ficar como acompanhante dele no abrigo”, explica Cassandra Szuberski, conselheira tutelar.
Este ano, a tia foi chamada algumas vezes para conversar com os profissionais, mas não compareceu. Por isso, a equipe do abrigo fez uma visita surpresa e constatou os maus-tratos. “A responsabilidade é da família. O acompanhamento sistemático da equipe é na observação de que se há alguma coisa errada. Só que houve uma simulação esse tempo todo de que estava tudo bem”, diz Lílian Zeola, psicóloga do Núcleo de Adoção.
Outro suspeito de participar das sessões de magia negra foi preso na quarta-feira (24) na cidade de Aquidauana. Segundo a polícia, Giovani da Silva Ortiz, de 18 anos, estava escondido na casa do pai. O rapaz seria primo da criança agredida. Celulares e objetos que estavam com o casal foram apreendidos.