O ministro da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), Arnaldo Giuzzio, informou que as autoridades do seu país pretendem expulsar o cidadão brasileiro nacionalizado paraguaio Levi Adrián Felício, que foi preso ontem (14) em um apartamento de luxo em Assunción (PY) acusado de ser um “executivo” dedicado a garantir o fornecimento de drogas e armas às facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).
Levi Felício, que morava em um luxuoso edifício localizado no restrito Bairro Villa Morra, operava da capital do Paraguai o envio de drogas e armas para as duas facções criminosas brasileiras. De acordo com a Senad, ele também tinha caminhões novos para fazer o transporte das mercadorias ilícitas e contava com a ajuda do seu braço direito do brasileiro Marcio Gayoso, que também foi preso ontem (14) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
O ministro da Senad disse que o Governo do Paraguai optou pela expulsão desses dois criminosos do país, especialmente de Levi Felício, por causa do perigo que representa para a segurança nacional mantê-lo preso em Assunción (PY). No Brasil, o “executivo” tem duas ações em aberto na Justiça e, por isso, sua expulsão deve acontecer o mais breve possível, mas se trata de uma decisão que precisa ser coordenada com o Ministério Público e o Ministério do Interior.
“Levi tem sido observado há muito tempo. Até ontem, ele era considerado um dos gerentes da rota de tráfico de cocaína e maconha e de armas para o PCC, especialmente, mas também para outra facção que é o Comando Vermelho. Ele era como um executivo do crime”, disse o chefe da Senad.
Giuzzio observou que Marcio Gayoso executava as ordens de Levi Felício. “Há um bom tempo, entre seis meses e um ano, ele estava sendo observado (Levi Felício). Tal qual um executivo, ele dava as ordens para Gayoso, que era um dos seus tenentes. Ele fez a transferência, liberou rotas, executou as ordens de Levi”, afirmou o ministro.
Felício tinha uma “vida normal” de executivo do crime para evitar o estigma de brasileiro que atua em Pedro Juan Caballero. “(Ele morava em Assunción) para manter uma imagem executiva. Ele desenvolvia uma vida normal, tinha recursos, dinheiro e morava em um apartamento localizado em dos lugares mais caros da capital do Paraguai. Ele ia como qualquer pessoa ao supermercado, pois procurava passar a imagem de ser um empresário”, disse Giuzzio.
Para o ministro, Felício era um “líder regional” no narcotráfico. “Essa é a informação que tínhamos. Ele tinha sua rota, seu território, então não mencionamos que ele é um líder do PCC, porque ele também forneceu outra organização. Ele era o proprietário de um território, ultimamente os territórios não são seguros. Se o PCC queria drogas, ele fornecia”, concluiu.