Após o imbróglio envolvendo o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, e demais lideranças do Partido Progressista no Estado, o deputado estadual Evander Vendramini quer assumir o cargo de presidente da sigla no lugar do colega de partido, que está na função há mais de uma década.
Em mais um capítulo na disputa interna pelo comando do PP, Vendramini foi claro ao afirmar que quer o cargo que atualmente é ocupado por seu ex-guru. “O partido está bem, o problema é ele [Alcides Bernal, presidente da sigla]”, reclamou, referindo-se diretamente às discussões protagonizadas por Bernal no último fim de semana, que viraram até mesmo caso de Polícia.
Em um grupo de WhatsApp de integrantes do partido, Bernal chamou alguns de seus correligionários de traidores, porcarias e algumas outras palavras de baixo calão. Desde que o ex-prefeito de Campo Grande não conseguiu se eleger deputado federal nem sequer obteve êxito na validação dos 46.732 votos que teve em outubro, a situação dele no partido só piorou.
Condenado por improbidade administrativa e com candidatura indeferida por causa da Lei da Ficha Limpa, Bernal viu seu prestígio na legenda ruir, apesar de manter uma boa base eleitoral, a qual ele considera essencial para o sucesso de muitos de seus correligionários nas eleições de 2018.
Vendramini, assim como outros integrantes do PP, como o vereador de Campo Grande Valdir Gomes, não só contesta as reclamações de Bernal como afirma que a ajuda dele não ocorreu da forma que ele fala. “Ele não ajudou ninguém e, aliás, usou do fundo para beneficiar amigos. Eu recebi uns R$ 50 mil enquanto teve candidato que recebeu R$ 150 [mil], R$ 160 mil”, disse o deputado.
O parlamentar indagou o presidente da sigla, perguntado qual o critério que ele utilizou, na ocasião, para distribuir o fundo. “Amizade? Tem de ter igualdade”, reforçou Vendramini, apontando também a falta de articulação de Bernal em relação ao partido. “Temos 77 municípios sem diretório e sem provisórios. Em vez de ficar brigando em grupo, ele deveria estar organizando o partido”, criticou.