Terra sem Lei! Crimes de pistolagem na fronteira com Paraguai têm redução de 35% neste ano

Diferentemente de 2021, este ano os crimes de pistolagem na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul tiveram redução de 35% na comparação com o ano passado, conforme levantamento do Blog do Nélio com base em informações divulgadas pelas forças policiais que atuam nos dois países. Enquanto em 2021 foram 203 execuções encomendadas, neste ano essa quantidade caiu para 132, sendo que o mês mais violento de 2022 foi junho, com 17 assassinatos, enquanto no ano passado foi o mês de dezembro, com 29 mortes.

 

A maioria das execuções estão relacionadas com a disputa territorial entre as facções criminosas brasileiras e paraguaias, como PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e Clã Rotela. Por isso, os moradores das cidades fronteiriças de Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Pedro Juan Caballero, Capitán Bado e Zanja Pitã, entre outras, sabem que as balas têm CPF e endereço e as vítimas estão ligadas ao tráfico de drogas e de armas, fazendo com os cidadãos de bem possam conviver com a violência.

 

Na avaliação do secretário municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, os índices de crimes violentos tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero são preocupantes e precisam ser revertidos. Ele reforça que a maioria desses crimes acontece do lado paraguaio, muitas vezes com brasileiros que têm os seus registros de óbitos realizados no Brasil e isso acaba computando como se o homicídio tivesse ocorrido do lado brasileiro.

 

Marcelino Nunes defende que o Governo Federal faça investimentos maiores para que os moradores da fronteira possam ter um controle maior na fronteira. Melhorando o sistema de vigilância, com o aumento do número de câmeras, através de um cercamento eletrônico, com a implantação da famosa muralha digital e um controle maior das nossas rodovias, semelhante ao espaço aéreo.

 

O secretário reconhece que é necessário aumentar o efetivo da Guarda Municipal e também da Polícia Civil e da Polícia Militar. Além disso, ele reconhece que é preciso unir as forças e fazer com que Ponta Porã seja um roteiro dessas delegacias especializadas, tanto o DOF, Defron, quanto o Garras, para que a população possa combater esses crimes que tanto incomodam a sociedade.

 

Para o prefeito de Ponta Porã, Hélio Peluffo, administrar uma cidade já não é uma tarefa fácil, mas quando se trata da fronteira, o desafio toma proporções ainda maiores. Ele explica que a região é um lugar bom para se viver, mas é claro que as exceções fazem com que a população esteja sempre no fio da navalha. O prefeito ressalta que nada do que acontece na fronteira é novidade, mas não dá simplesmente para conviver com elas e achar que é tudo normal.