A afirmação de que o mundo é dos espertos nem sempre está correta, pois um dia a casa cai e o golpista acaba desmascarado. Não é que algo parecido aconteceu com a concessionária de energia elétrica Energisa, que é a responsável pela manutenção da iluminação pública de Campo Grande.
Um relatório elaborado por comissão especial da Câmara de Vereadores da Capital descobriu que a Energisa estaria cobrando valores mais altos pela a manutenção da Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública). E não é só isso, o levantamento também aponta uma série de irregularidades relacionadas às cobranças.
Porém, o mais grave é que os valores estão sendo cobrados a mais da Prefeitura pela Energisa. De acordo com o relator, vereador Dr. Lívio Leite (PSDB), foi identificada a responsabilidade de cada um dos entes envolvidos na cobrança e foi possível constatar que a Energisa estava cobrando a mais da Prefeitura e algumas irregularidades que estavam lesando o cofre da Cosip.
Nas análises dos contratos, foram detectadas várias alterações que também encarecem a cobrança para população. Com a entrega do relatório da Comissão Especial para acompanhamento de assuntos relativos à cobrança da tarifa de energia elétrica, dos postos de serviços da Câmara Municipal, os responsáveis citados no documento terão de prestar esclarecimentos das irregularidades encontradas.
A comissão sugere a melhoria nesse processo todo, a cobrança retroativa do que foi cobrado a mais pela Energisa para ressarcimento dos cofres públicos, além da correção das irregularidades constatadas pela equipe. O relatório será encaminhado ao prefeito Marquinhos Trad (PSD), e já foi solicitado por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE/MS).
Em nota, a Energisa disse que está à disposição “para esclarecer quaisquer questionamentos e explica ainda, que não recebeu o relatório citado”. Além disso, a concessionária afirma que a “responsabilidade pela Cosip é da Prefeitura, que estabelece o valor da taxa por meio do projeto de lei, bem como a manutenção da iluminação pública (braços e lâmpadas) e a extensão de rede específica para novos pontos de iluminação, conforme Constituição Federal”.