Preso desde o dia 9 de março deste ano sob a acusação de estuprar crianças durante os atendimentos, o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, 30 anos, admitiu, em audiência por videoconferência, ao juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da 7° Vara Criminal de Campo Grande, que mandou o paciente de 8 anos de idade abaixar a cueca em consulta no seu consultório médico, mas negou que tenha tocado no paciente.
O magistrado perguntou porque ele tinha feito aquilo e o fonoaudiólogo não soube explicar, alegando não saber o que passou na cabeça dele e que estava muito arrependido do que aconteceu. O acusado alegou ainda que no dia em que aconteceu a prisão flagrante o menino já estava “diferente” e que ele foi levado na consulta por um tio, coisa que nunca tinha acontecido. Durante o atendimento, segundo narrou o fonoaudiólogo, o garoto pediu para ir ao banheiro e, assim que voltou, ficou com semblante como se estivesse procurando alguém.
Foi quando então o tio entrou na sala, já acompanhado da mãe do garoto e o paciente disse aos responsáveis que o fonoaudiólogo tinha tocado nele. Ele também ressalta que a mãe da vítima se alterou e jogou o computador dele no chão. O tio partiu para a agressão e ele não fugiu. Fez questão de dizer que esperou a Polícia chegar porque não tinha feito nada errado naquele dia e queria esclarecer os fatos. Sobre as imagens de cunho pornográfico que foram encontradas no seu computador, ele disse que foi orientado pelo advogado a não responder sobre o assunto.
O fonoaudiólogo foi indiciado em sete inquéritos policiais por estupro de vulnerável (artigo 217) do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). As vítimas têm entre 4 e 8 anos de idade, todos meninos, que foram atendidos por ele em sessões de fonoaudiologia. Conforme a investigação, ele aproveitava do fato de estar sozinho com as crianças, passava a mão nelas, se masturbava e ainda filmava alguns dos abusos praticados.