Suspeitas sobre responsáveis por execução de jornalista na fronteira recaem sobre PCC

As primeiras investigações sobre a execução do jornalista brasileiro Lourenço Veras, mais conhecido como “Léo Veras”, ocorrida na quarta-feira (12) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), apontam a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) como a responsável pelo crime.

A suspeita é justificada porque as últimas publicações no site de notícias de propriedade do jornalista, o Porã News, davam conta sobre a recaptura dos membros do grupo criminoso que fugiram do Presídio Regional de Pedro Juan Caballero e a respeito da apreensão do arsenal que também seria entregue ao PCC.

Léo Veras foi morto com 12 tiros de pistola calibre 9 mm, na noite de quarta-feira (12), quando estava em sua casa com sua esposa, filho e sogro. De acordo com a versão da viúva, a paraguaia Cinthia González, eles estavam sentados na sala de jantar, quando viram que uma van parou abruptamente em frente à casa.

Duas pessoas desceram com o rosto coberto e rapidamente entraram no imóvel e depois atiraram contra o marido dela. Léo Veras tentou fugir pelos fundos da casa, mas foi atingido pelos pistoleiros e caiu no chão, levando mais um tiro na cabeça.

 

Viúva nega versão

Também ontem Cinthia González negou que o marido estivesse nervoso nos dias que antecederam o ataque que acabou com sua vida. “Ele não me disse nada, estava sempre calmo. Eu nunca o senti com medo. Ele estava trabalhando normalmente ”, comentou.

A viúva do jornalista Léo Veras disse que não sabe se o marido recebeu qualquer ameaça recente, então ela também não tem ideia do motivo do crime.

Na manhã de ontem, o promotor de Justiça Marco Amarilla disse que a mulher tinha dito que nos últimos dias o comunicador estava muito retraído, estressado e nervoso.

“Ela diz que em um momento ele se despediu de sua família. Perguntei se ele recebia alguma ameaça e ele me disse que não tinha conhecimento, mas acha que poderia ter recebido ”, afirmou.