Em reunião realizada na noite de ontem (07), na Governadoria, entre o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, e o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas, ficou definida a permanência da atual cúpula. Marcelo Vargas já teria sido rifado na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), onde haveria até um substituto para a função, porém, o secretário Eduardo Riedel garantiu a permanência do delegado.
Pelo menos até o final do ano quando a troca é inevitável devido a pressão de vem da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Contas onde se encontram o deputado estadual Jamilson Name, filho de Jamil Name preso desde setembro do ano passado e do conselheiro Jerson Domingos, cunhado do dono do jogo do bicho e acusado de comandar um grupo de milícia que atuou matando pessoas principalmente em Campo Grande.
Independentemente da permanência dos delegados que comando a instituição até o final do ano, os trabalhos agora ficam prejudicados e o ânimo da instituição também acaba abalado.
Em nenhum momento o Secretário de Segurança Pública, Carlos Videira, veio a público para dar apoio aos seus colegas delegados mediante a possibilidade de troca. Isso pode demonstrar que a sentença de mudança já foi decretada.
Nos bastidores, a informação era que os novos diretores da Polícia Civil seriam Marcos Takeshita, como diretor-geral no lugar de Marcelo Vargas, e Ivan Barreiras, como diretor-adjunto em substituição a Adriano Geraldo. Ainda existia a possibilidade de indicação do delegado-regional de Dourados, Lupersio Degerone.
Depois do início da “Operação Ómerta”, que começou em setembro do ano passado, o último golpe duro na organização ocorreu há cerca de 15 dias quando um dos braços financeiros da quadrilha foi quebrado com o fechamento do jogo do bicho em Campo Grande com várias bancas interditadas e cambistas impedidos de trabalhar.
Exatamente no dia 27 de setembro do ano passado, o Estado de Mato Grosso do Sul acompanhou uma ação que poucos acreditavam que um dia iria acontecer. A prisão do “todo poderoso” Jamil Name, que de forma explícita exercia poder em membros do Judiciário e no meio político, com financiamento de várias campanhas eleitoral. Além do seu filho, Jamilzinho, que segundo as investigações operava como o braço direito do pai.
Vários assassinatos, principalmente em Campo Grande, além da apreensão de um arsenal, são imputados ao esquema. De lá para cá tem-se visto uma guerra jurídica, em primeiro plano para livrar os acusados da cadeia e já numa segunda fase trazer Jamil Name e o filho para Mato Grosso do Sul, uma vez que os dois estão alojados no Presídio Federal de Mossoró (RN).
Caso o comando do Governo do Estado ceder à pressão, talvez todo o trabalho realizado pelas forças policiais e pelo Gaeco – Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do MPE – seja prejudicado, e muito. Vale lembrar que num bilhete encontrado no Presídio Federal de Mossoró, o “relatório” da polícia apontava que as ordens de execução eram destinadas a dois promotores de Justiça do Gaeco e ao delegado do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) Fábio Peró e sua família.
O deputado Jamilson Name disse que não há como pressionar o Governo já que são poderes distintos e casa um com sua autonomia.