Sistema Fiems entra na mira da CGU, que denuncia dinheiro público no ralo

Relatório da avaliação promovida pela CGU (Controladoria Geral da União) concluiu que o Sistema Fiems, presidido pelo empresário Sérgio Longen, acumula dinheiro público e não o aplica conforme deveria e em prol dos trabalhadores da indústria de Mato Grosso do Sul.

Segundo o site TopMídiaNews, o trabalho foi feito como parte de uma auditoria interna e analisou as demonstrações contábeis dos exercícios de 2018 a 2022, na gestão do atual presidente.

A CGU avaliou, entre diversos aspectos, os imóveis pertencentes ao Sesi, verificando a sua destinação dos imóveis construídos, adquiridos e vendidos pela entidade e dos alugados a terceiros no quinquênio 2018 a 2022.

No entanto, o que chamou a atenção foi o uso – ou não uso – de recursos oriundos de superávits operacionais pela entidade. Primeiro o órgão de controle fez uma reflexão sobre o Sesi:

”… é uma entidade sem fins lucrativos, beneficiada com repasses de recursos originados de contribuições sociais e, portanto, deve utilizar os recursos disponíveis, inclusive os oriundos de superávit financeiro, no atingimento dos seus objetivos sociais”.

No entanto, segue o relatório, a devassa identificou que a entidade manteve, no período abrangido pela auditoria, valores expressivos em aplicações financeiras, passando de um montante de R$ 95.219.552,10 em 31/12/2018, para R$ 131.754.731,32 em 31/12/2022. Em todo o período analisado foram investidos no programa de gratuidade pelo SESI/MS somente o valor de R$ 48.143.912,38.

Em resumo, a análise garante que a entidade presidida por Longen ‘’possui ampla margem para possibilitar, após estudo de viabilidade, a ampliação dos investimentos no programa de gratuidade em benefício da sociedade de um modo geral, visto que no período analisado os investimentos em gratuidade representaram em média, pouco mais de 7,5% do montante existente em aplicações financeiras’’.

A gestão de Sérgio Longen foi questionada pela auditoria e respondeu que não possuiu referências específicas que versem sobre o uso ou destinação dos superávits financeiros verificados. Não foi informada a existência de norma interna específica a esse respeito.

Sendo assim, a CGU determinou que o Sesi elabore um Plano de Aplicação, com critérios objetivos e que avalie o comprometimento da sustentabilidade econômico-financeira da entidade, para destinar parte dos recursos existentes em aplicações financeiras, que não possuam destinação específica, em ações finalísticas e especialmente para a expansão do programa de gratuidades.