Dados do Observatório do Turismo de Mato Grosso do Sul, plataforma lançada no fim do ano passado pelo IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS) e Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), revelam que os arranjos produtivos que se conectam com o turismo movimentaram R$ 21,6 bilhões no Estado no último ano.
As informações apontam que a cadeia do turismo gerou compras em diferentes segmentos, e cinco setores tiveram destaque nessa avaliação. Em primeiro lugar, aparecem as atividades imobiliárias e para empresas, que movimentaram R$ 5,9 bilhões a partir da visita de turistas.
Na sequência da análise, a pecuária aparece em segundo lugar, com R$ 4,6 bilhões, enquanto a agricultura está na terceira posição desse ranking, com R$ 4 bilhões. Os dados ainda acrescentaram que intermediação financeira, seguros e previdência complementar é outro setor que gerou compras do turismo, com movimentação de R$ 3,6 bilhões.
O transporte terrestre de carga fecha o top 5 dessa análise, com movimento de R$ 3,5 bilhões. Esses números ajudam a materializar as potencialidades que o Estado tem para o turismo, setor que ainda está em desenvolvimento para se consolidar em termos locais.
Mato Grosso do Sul é um relevante destino do turismo brasileiro, exercendo importância por meio de suas belezas naturais, sobretudo do Pantanal e da Serra da Bodoquena, onde estão localizados os municípios de Corumbá e Bonito, respectivamente.
Não obstante, outras localidades, como Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, destacam-se como locais de atração para o turismo de compras, ao passo que a Capital, Campo Grande, e a cidade de Dourados não devem ser desprezadas como polo do turismo de eventos”, completam os pesquisadores.
Os responsáveis pela pesquisa reforçam que, além dos destinos existentes, é preciso criar produtos para cativar os turistas, para gerar desenvolvimento e para consolidar esse mercado. Aos turistas que visitam as cidades sul-mato-grossenses são oferecidas poucas possibilidades de ampliar sua experiência de viagem, por meio do contato com o patrimônio cultural do Estado e de suas distintas regiões.
Por exemplo, a importância histórica de Corumbá ou de Porto Murtinho (ambas no Pantanal), via de regra, é desprezada pelos roteiros turísticos, que se concentram na divulgação de atrativos ligados à natureza. O diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, aponta que existe expectativa de até 10% no aumento do fluxo de turistas agora em 2023, na comparação com o ano passado.
Ele pontua que Mato Grosso do Sul está buscando diversificar os destinos, indo além de Bonito, que já está consolidado nacionalmente e internacionalmente. Desde 2017, o Estado vem trabalhando o apoio à diversificação de novas regiões, como Costa Rica, Alcinópolis e Rio Verde.
Na costa leste, está Três Lagoas, principalmente em torno da pesca esportiva, enquanto no Pantanal há Aquidauana, Miranda e Corumbá, bem como a Serra do Amolar, que é um novo destino do Pantanal e que surgiu nesses últimos anos.
Piraputanga agora está surgindo também, que é dentro do Pantanal, mas tem característica de Cerrado. Ele ainda indica que o setor privado deve estar atento para as oportunidades que estão se consolidando. Entre as ações em andamento estão editais para apoio a eventos geradores de fluxo, apoio para municípios e regiões turísticas formatarem novos roteiros e divulgação do Estado em feiras nacionais e internacionais.