Após dois dias de protestos intensos em frente à Santa Casa de Campo Grande, os servidores do hospital decidiram, na tarde desta terça-feira (23), aceitar uma nova proposta apresentada pela gestão e encerrar a paralisação. A decisão foi tomada por maioria durante assembleia realizada no fim do dia.
De acordo com o acordado, o 13º salário dos colaboradores será pago em duas parcelas: a primeira nesta quarta-feira (24) e a segunda no dia 10 de janeiro. Com isso, as paralisações foram encerradas, embora os trabalhadores considerem o acordo apenas uma “pausa”, já que a normalização dos serviços depende do pagamento da primeira metade do salário ainda nesta quarta.
O clima de tensão permeou o dia de protestos. Durante a tarde, a Polícia Militar foi acionada para acompanhar a mobilização dos enfermeiros e demais profissionais da saúde, com várias viaturas presentes no local. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Áreas de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, criticou a ação policial.
“Chamaram a polícia. Não somos arruaceiros e muito menos bandidos. Estamos no nosso direito. Iremos continuar a nossa mobilização respeitando os pacientes”, afirmou o sindicalista antes do acordo ser fechado.
O protesto começou na segunda-feira (22), motivado pela falta de pagamento do 13º salário. A gestão da Santa Casa alegou depender de um repasse de aproximadamente R$ 9 milhões para quitar o benefício e havia inicialmente proposto um pagamento em três parcelas, previstas para janeiro, fevereiro e março de 2026 — uma alternativa contestada pelo Siems, que questiona a legalidade do parcelamento.
Nos bastidores, o senador Nelsinho Trad acionou o Ministério da Saúde em busca de apoio financeiro emergencial para o hospital. No entanto, até o momento, não há informações oficiais sobre a origem dos recursos que garantiriam o cumprimento da proposta aceita pelos servidores. Enquanto isso, os trabalhadores permanecem em estado de alerta, aguardando a confirmação dos pagamentos prometidos para os próximos dias.
