Sem duplicação, BR-163 voltou a ser a rodovia da morte no fim de semana com 7 óbitos

 Ainda sem a duplicação prometida pela CCR MSVia, concessionária que explora o serviço de pedágio da via federal em Mato Grosso do Sul, a BR-163 voltou a ser neste fim de semana a “rodovia da morte”, título que ostentava desde o século XX.

 

Entre as madrugadas de sábado (6) e domingo (7) sete pessoas morreram em trechos distintos da BR-163, que tem 847 quilômetros de extensão. O acidente fatal mais recente foi na madrugada de ontem, em que quatro rapazes que estavam em um pálio morreram próximo ao quilômetro 300 da rodovia.

 

O Corpo de Bombeiros precisou cortar o carro devido à gravidade da batida. Por volta de 5h15, o carro com quatro ocupantes teria invadido a pista contrária e colidido frontalmente com uma carreta carregada com couro bovino, da qual o motorista que viajava sozinho não se feriu.

 

Com isso, as quatro vítimas deste acidente foram confirmadas pela Polícia Civil como sendo:  Álvaro Henrique Quadros Sampaio, de 19 anos, Alípio de Oliveira Neto, 19 anos, Pedro Henrique Oliveira Lopes, 18 anos, e Carlos Daniel Marques Silva, 17 anos.

 

Esses quatro se somam às três vítimas do acidente no anel viário de Campo Grande, que aconteceu ainda na madrugada de sábado, que coincidentemente também estavam em um carro de passeio e se chocaram contra uma carreta.

 

Conforme boletim de ocorrência, o acidente aconteceu por volta de 01h40, na altura do quilômetro 468, cerca de dois quilômetros da rotatória da saída da Capital para São Paulo, interditando a pista até por volta de 04h45.

 

Informações iniciais apontam que, nessa ocasião, a carreta com placas de Sidrolândia ia no sentido Cuiabá-Dourados, enquanto o Siena seguia no sentido contrário.

 

Desse acidente, a identidade das vítimas só foi confirmada após cerca de 18 horas, sendo João Paulo Riquelme, de 26 anos, Kennedy Anderson Santana, de 29 anos, e Alairton Fonseca Cáceres – a idade não foi informada.

 

Dados do painel da CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre acidentes rodoviários mostram que em quatro anos, entre 2018 e 2022, o número de mortes na BR-163 só no Estado de Mato Grosso do Sul aumentou mais de 39%.

 

Números compilados de 2018 mostram que em Mato Grosso do Sul e na Região Centro-Oeste, a BR-163 ainda mantinha o título de “rodovia que mais mata”, sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho.

 

Cerca de dois anos após a privatização, os números de 2015, de fato, apontavam para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF indicando que os 64 óbitos de 2014 haviam caído para apenas 30 em 2015.

 

Em 2022, tanto na Região Centro-Oeste quanto em Mato Grosso do Sul, a BR-163 mantinha o título de “rodovia em que mais se morre”, contabilizando 159 mortes ao nível regional, das quais 53 aconteceram em território sul-mato-grossense da BR.

 

Entre janeiro e fevereiro deste ano, se comparado com o período homólogo de 2023, o número de mortos nessa BR já tinha crescido 17% e, se contabilizados os quatro primeiros meses, metade das mortes em rodovias tinham acontecido na BR-163.

 

Do leilão feito em 2014, para escolher uma administradora dos 845 km da rodovia, entre Mundo Novo, na divisa com o Paraná, com Sonora, fronteira com Mato Grosso, a CCR MSVia deveria duplicar 842 quilômetros, entretanto, apenas cerca de 155 quilômetros da BR-163 foram duplicados, sendo que a última obra de duplicação tem registros datados de 2017.